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O Orador: — Sei muito bem o empenho de V. Ex.a O que é de lastimar é que não fosse ainda criada pela nossa aliada a embaixada inglesa em Lisboa.

Durante a ditadura, anunciou-se que ela ia ser criada.

. É preciso que se diga que foi o Presidente Constitucional da Eepública Portuguesa, na sua viagem para visitar campos das nossas tropas, no estrangeiro, que entabulou as negociações nesse sentido, .tendo recebido palavras de todo o aprazimento do Chefe do Estado da nação inglesa e do seu Ministro dos Negócios Estrangeiros*

Mas já lá vai uni ano que a Eepública se restaurou em Portugal, e certamente que desde então, o Governo Inglês deve ter-se sentido à vontade para realizar o seu propósito*

Sr. Presidente: não há perigos externos, não pode haver. Há sim o conluio da reacção externa com a interna. .. Perigo interno?

Quem imagina tal? .

Eles exploram hpie as Dificuldades da nossa reconstrução na paz, como exploraram as nossas gravíssimas dificuldades da intervenção na guerra.

O mal é que os que exploraram essas dificuldades, que as exploraram prever-samente, não olhando sequer aos sagrados interesses da Pátria portuguesa, ficaram impunes.

j Nem o decreto pelo qual se iniciou essa tremenda catástrofe do dezembrismo foi,ainda derrogado!

E indispensável derrogá-lo, assim como r to da a legislação ditatorial. . E indispensável que/se instaurem os processos dos aventureiros que cometeram contra a Pátria os maiores crimes da nossa História.

; A impunidade não só desonra a Nação, mas incita os perturbadores à prática doutros crimes.

Conjurem-se vigilantemente quaisquer novas maquinações.

É preciso fazer o saneamento do funcionalismo, quer militar, quer .civil.

Não se podem tolerar manifestações de solidariedade como a das espadas. Mas, estigmatizando- essas solidariedade? do funcionalismo militar s tam pouco podemos

s. ( Diário.das Sessões do Congresso*

permitir solidariedades do funcionalismo» civil, que criam gr.aves embaraços aos-poderes,públicos. (Apoiados). •

Os bons funcionários merecem todo o» auxílio e amparo. Mas o momento é de sacrifício. E- faça-se-lhes ver a situação-cm que se encontrariam, ante a bancarrota do Estado, eles e as suas famílias-(Apoiados).

Assuma a República toda a autoridade-que lhe pertence e não se receiem perigos internos nem externos. Há, sim, uma situação difícil, extremamente difícil mesmo, resultado da dupla guerra: a guerras interna e a guerra externa. As difiulda-des que se acumularam dentro do nosso País foram, incontestavelmente, maiores do que aquelas com que se defrontaram as outras nações aliadas depois da grande guerra, porque nós t]vemos também desgraçadamente a guerra civil. E isto» era mais uma razão para fazermos na paz o que devíamos ter í eito durante, a guerra: a união sagrada. (Apoiados). £,E porque é que a nossa situação se tem agravado? Por culpa nossa! Por culpa das-nossas divisões, divisões que, depois das provações por que nos íez passar a ditadura dezembrista, deviam logo, após o-triunfo do povo, cessar para todo o sempre, para que jamais a Eepública fôsse-abalada pelos seus inimigos. Mas, em vez. disso, temos estado, incessantemente, em lutas uns contra os outros; quási não temos feito mais nada.

Note o Congresso que ainda se não» conseguiu organizar um Governo no qual estivessem representadas todas as cores republicanas. '