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Sessão de 12 d i Mirço de 1920

mo anteriormente, nem sequer a concentração das correntes dentro do mesmo partido 5 (Apoiados).

E o mais singular é que todos esses Ministérios caíram quando acabavam de afirmar a autoridade republicana.

O primeiro Ministério, após as eleições, o Ministério do Sr. Sá Cardoso, conjurou a tentativa de insurreição dezembris-ta, iniciou a repressão dos especuladores de cambiais e de géneros alimentícios, e conteve a parada de forças que os clericais pretendiam fazer em todo o País. Pois é precisamente nessa alíura que caí. Sucede-lhe o Ministério do Jãr. Domingos Pereira, que reprime o jogo, mostra a sua decisão de reduzir as despesas e procura enfrentar esse movimento do funcionalismo, que, por mais fundo de justiça que tenha, não deixa de ser um movimento desvairado. E logo cai também; .

Esta instabilidade dós Governos agrava-se com a instabilidade das ideas {Apoiados).

As ideas são contraditórias. Se uni dia se apregoa a necessidade de reduzir as despesas, logo no outro se multiplicam, como se o Tesouro não estivesse no estado de invalidez que todos conhecemos. Cíama-se contra o luxo õ proibe-se a importação dos artigos de luxo, ao mesmo tempo que o Estado presta gratuitamente o Teatro de S. Carlos para que o dinheiro vá, dissipadoramente, para fora do País.

O Sr. António Fonseéa:— Isso fez-se no tempo do Sr. Alfredo de Magalhães.

.-O Orador:—Não há planos nem acção definida! Basta lembrar que, na vida interna, todos vêem a necessidade instante de se reorganizar o serviço dos transportes marítimos, mas nada se faz nesse sentido. (Apoiados).

As colónias reclamam os nossos cuidados— não porque a República não tenha feito por elas aquilo que se não fizera até a sua proclamação—(Apoiados), mas para ainda fazermos muito mais, A República foi instituída não só para bem da metrópole, mas também das colónias. Não faltámos ao nosso dever para com elas. E esse é um dos títulos que mais dignificam a República e a sua administração.

E havemos de continuar resolutamente a nossa obra. Nem precisamos para isso de impertinentes estímulos estranhos. Não precisamos de que ninguém tenha a ousadia- de nos lembrar o que, a nós mesmos devemos. Todos, por isso; queremos que-se ponham à frente das nossas colónias as individualidades mais competentes. £ Mas como, então, sucede que se tenha gasto tanto tempo sem se chegar ainda a nomeá-las? Nem isso, há um ano!

Quanto à política externa, veja V. Ex.% Sr. Presidente, como esta instabilidade dos Governos nos tem enfraquecido, dando lugar a que declinássemos até agora todas as nossas grandes reivindicações. É preciso que esta assemblea não esqueça •as agruras que sofremos.

l Temos questões litigiosas por resolver, algumas seculares, como as que respeitam a Macau e Olivença, e não se trata disso! Porquê? Porque aão se tem governado, porque não se tem deixado-governar.

Eis a razão, a triste razão. E eu digo-o* e acentuo estas reinvindicações, porque ó indispensável que não passe em julgado que nós as declinamos. Ninguém tem autoridade para dispor da Nação sem que ,ela se pronuncie.

Sr. Presidente: o"'"remédio para não continuarem as dificuldades governativas-é unirmo-nos, é restabelecer-se a união» sagrada, que devia ter sido e deve hoje ser inabalável. ,jMas, se tal é absolutamente a imposição nacional neste momento, porque a não acatamos?