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Diário das Sessões dó Congresso

teve, é certo, a mesma extensão porque não foi até à eliminação do prin^-cípio monárquico. Mas a revolução de 1820, pelas iaeas que a inspiraram e pelos princípios, de justiça em que assentou, foi uma verdadeira revolução republicar na; e, tanto assim, Sr. Presidente, que a Constituição de 1822 consignou como seu princípio essencial o mesmo princípio que os diplomas saídos da grande assemblea espalharam pelo mundo. E certo que a monarquia, existindo apenas como forma, mas sem fôrça^ foi pouco a pouco dominando esta assemblea, saída da vontade nacional. Foi esta contradição que a matou. Se os homens de 1820 estivessem convencidos de que este sistema era incompatível com a liberdade, certamente teriam estabelecido t>utra forma de Governo. Sfas é que 0sses homens, eram, como todos os idealistas,,, homens simples que viviam apenas na pureza da? síias ilusões.

Sr. Presidente: PS críticos da Bevolu-cj,o de J820, como Oliveira Martins, denegriram t com efeito, esse movimento nacional, não prestando 4 devida justiça ao esforço e às, intenções dos que nele tiveram papel predominante.

J£ag se, Sr. Presidente, nós nos restringirmos à Apreciação concreta da sua obra imediata como Homens de Governo, nós somos, obrigados a louvá-los. As suas i4eas ficaram para sempre, não sen4o possível mais, depois dessa revolução, P àfesolutisipo em Portugal. A consciência nacional, escudada, nos princípios da Ee-volução de 1820$ soube sempre defender--s.e do absolutismo.

Sr. Presidente: vivem o§ de então para cá'na hipocrisia democrática dp chamado constitucionalismo, que era uma espécie de transacção fictícia entre p rei e o povo, para efeitos de soberania. Mas nâp vou, Sr. Presidente, analisar o que era a Carta Constitucional nos seus. vícios, e nos seus efeitos de aplicação. A Carta Constitucional veio a 4$r o despotismo dos $1-timos tempos 4ft .monarquia. Mas as ideas

É. por isso, Sr, Presidente, que para os nossos antepassados de 1820 vai hoje

o pensamento reconhecido de'todos os re-

Suplícanos; ó para a sua memória sagra-a que vai a admiração de todos os patriotas, i E para eles, a cujas ideas eu acho que se procura dar a maneira de ser mais conveniente, para grandeza e fortuna da Pátria libertada, que vai a nossa, admiração agradecida! .. Tenho dito.

Vozes: — Muito bem, muito bem.

O Sr. Tasco Borges: — Sr. Presidente: nunca, como neste momento, em que tenho de proferir algumas palavras na sessão comemorativa da reunião das cQrtes convocadas em 1820, eu senti tam intensamente o apoucamento das, minhas pos-aíbilidades oratórias, não já para dizer o que foi esse movimento, qual o seu expoente político e filosófico, mas sequer para dizer o que foram no seu tempo, e ò que são para á história, as figuras dos portugueses que pa.triòticamente o planearam e valorosamente o executar;u» e levaram a cabo.

Efectivamentei Sr. Presidente, o que foram para a vida da Pátria e da Jjiber-dade as vidas, os talentos e as virtudes de Fernandes Tomás, de Ferreira Borges, de Frei Francisco S. Luís, de Silva Carvalho^ o que foram para a vida da Pátria e da Liberdade, os talentos e as virtudes de todos os que constituíram o, si-nedrio 4o Porto, bem merecia que o exaltasse a palavra sugestiva, a eloquência fulgurante de algum dos grandes paladinos das liberdades públicas, que em todos os tempos têm ilustrado a tribuna parlamentar de Portugal, dado impulso e império invencível às snas .reivindicações 4e povo livre.