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de W de Janeiro de

tiam já no Pais em 1820. Mas, sendo assim, perguntar-se há:—£porque não se implantou desde logo a Republica?

A razão é simples: além de faltar o meio ambiente, havia nesse tempo a preocupação de que a conservação da monarquia nos traria o Brasil. O movimento constitucional teve a sua origem brilhante em França, e derivou do movimento filosófico do século xvi, cristalizado no século xvm, ^ Esse movimento tendeu a castigar os reis ou a modificar as formas de Oovêrno? Hão. A revolução impôs a soberania do rei a soberania do povo, e não foi mais do que uma restituição de direitos que não tinham sido usados. k Que importa que os reis tivessem chamado a si o uso desses direitos, se chegava o momento de voltarem à posso do povo? Para que não mais pudesse ser es-auecido o uso desses direitos por parte do povo, houve necessidade de o determinar nos respectivos códigos. Evidentemente, a Republica não podia vingar, mas o que é facto é que o princípio republicano existia e triunfou.

Hoje é fácil e vulgar a crítica aos homens do 1820; é íácil e vulgar chamar-4hes declamadores e enfáticos, sem se atender ao figurino da época toda impregnada de educação clássica.

Os discursos políticos envelhecem depressa, porque os factos que lhes dão origem e as circunstâncias que os acompanham caem no esquecimento. ;

Estamos, om presença simplesmente dum fenómeno de arrefecimento de eloquência política, que ninguém pode evitar. Mas transposta esta diferença, aplicados os homens na época em que viveram, tomos de fazer a análise complementar: essas ideas lançaram em Portugal as primeiras bases da Republica. (Apoiados).

E por mais que os acontecimentos se materializassem, as ideas prevaleceram, em virtude de razões de ordem interna o externa, É preciso não esqueeer que és-* sés homens estavam bom em harmonia com as ideas do seu tempo. O Parlamento quis evocar as figurai de 1820, para lhes prestar a mais carinhosa e merecida das homenagens. Fazendo-o, cumpriu um dever, ao qual o Partido Popular, por minha voz, se associa com o maior entusiasmo.

O Sr. Ladislau Batajha: — Sr. Presidente, Srs. Congressistas : escolheu-me a minoria socialista para falar nesta brilhante assemblea em nome da corrente das ideas que representamos,

É óbvio, escusado mesmo declarar, que, como socialistas, não podemos deixar de forma alguma de nos associarmos calorosamente as brilhantes manifestações acerca da revolução de 1820, que representa mais um passo no caminho do progresso e civilização.

Não me deterei na narrativa episódica da revolução de 1820»

Já por aqui se disse muito; mas, em verdade, a narrativa episódica não é na história p que mais aproveita para se saber da orientação das nações, do móbil que as determina, nem do estudo da vida espiritual da sociedade portuguesa.

Devíamos, sim, entrar na apreciação daquele grandioso movimento revolucionário, mas auxiliados pelo exame das suas determinantes.

Concretizarei as minhas ideas, quanto possível, tratando, contudo de submetô--las ao critério moderno, sobre o significado desta revolução que comemoramos.

Do to°das as revoluções que são produzidas na vida das sociedades — e todas elas têm lógicos antecedentes e consequentes—a de 1820 ó a que tem mais antecedentes directos, imediatos e conhecidos., ,

Aqui vai V. Ex.a ter, por exemplo, uma apreciação muito correcta ao que respectivamente se passou neste cantinho de Portugal.

A revolução de 1820 coincide com outras revoluções que se deram em outros países da Europa, determinadas por circunstâncias gerais que se deram nesse momento.

Este é o primeiro critério que temos de admitir; a simultaneidade do movimento em,outros países.

É claro, Sr, Presidente, que a revolução francesa foi igualmente a mais próxima determinante histórica da revolução de 1820. Isto já aqui se disso.