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Sessão de 26 de Janeiro de Í&B1

de aparente vaidade, de sincera e verdadeira humildade, comece por faiar na primeira pessoa.

Representando «m partido de heróicas tradições e pronto espírito de sacrifício, pesa sobre mim uma opressiva responsabilidade e eu queria dizer a V. Ex.a e à Câmara o que desta festa penso, sem qpe as minhas palavras atraiçoem o meu pensamento.

Tudo o que neste se move na direcção justa é o próprio pensamento do partido que represento, o que seja tímido eim-completo são as hesitações do men próprio pensamento, aflito de imperfeição e esforço.

JJsta é uma festa da Tradição. A Tradição é a Memória, é, pois, uma festa da Mômória. Saber lembrar, saber esquecer: eis os dois pelos da vida do homem e. das sociedades.

O homem que não sabe lembrar, não aproveitará a experiência anterior, não saberá orientar a sua vida, dirigir e organizar o futuro, Seria um perpétuo presente, de pronto mineralizado na vida inerte da matéria.

O Jhomem que não sabe esquecer de igualmente liberto todas as recordações, será o inadaptado à Vida, que, paspan-do-o no crivo d^ selecção, em breve o irá supr|mir.

Seria o louco, nadando fora da água, tentando correr sobre Q invisível corpo do ar.

Diante dum problema da matemática libertária o saber biológico, as recordações religiosas, e,tc., numa completa indisciplina de caos,.

^ Igualmente os povos, precisam dum saber ,da lembrança e do esquecimento.

E a selecção natural e social irá pesar com as suas irreparáveis eorrecçáes sobre todos os povos que errem a sciên-cia da lembrança e do esquecimento, seja, da .tradição e do renascimento.

E, pois, essa lei que devemos procurar, para a ela afeiçoarmos o nosso conceito de Tradição e, com ele a sua I^nz, relembrarmos os homens de 1820.

As sociedades homanas não evoluem obedecendo a qualquer lei abstracta, que lhes marque uma trajectória; como a mecânica celeste, com largas aproximações, todavia, vai fazendo parg, os sistemas do Espaço.

Em todas as sciôncias aparecem singulares, que ou são considerados òomo irredutíveis últimos, ou como pontos de convergência, postos ,de intersecção da indefinidas linhas de fenómenos, que a sciência, por ignorar suas leis, sujeita és probabilidades do cálculo estatístico.

ISTas sociedades humanas não . dispensar-se esse concreto singular que é . o núcleo de invenção e novidade por onde a Vida se insinua, renova e aã-* menta.

$ão é, pois, nma lei com Q critério de lei necessitante e, obrigatória, que vamos procurar para guia da nossa visãQ. B antes a linha de contorno geral, a atitude do dinamismo propnlsivo das sociedades que pretendemos e desejamos encontrar,

E deste modo nos parece, eom efeito, que as sociedades humanas evoluem dum máximo de pressão exterior 4as categorias e formas de consciência colectiva para um máximo de escolha e aceitação interior dessas categorias,.

A pressão atmosférica pesou sempre sobre os ombros do homem e 30 depoJs dá Torricelli a ter revelado, foi possível ao homem aproveitá-la servindo-a aos fa* tentos da sua vontade.

Também a pressão da consciência colectiva peson sempre sobre o pensamento, "individual dos homens e só começa are-veíar-seHx;lara depois das tentativas que estes fizeram para dela se libertarem.

Com a aurora 4a Renascença, com Al-thusius e Grrotius, aparecem as doutrinas que a pretendem negar e com Bous.gea,u ela aparece como á fatalidade dum coib trato desviado.

Esta doutrina dá as grandes audácjas revolucionárias a que «e seguem as reacções demonstrativas da insuficiência das ideologias renovadoras.

É que a pressão social existe e um certo realismo social força as vontades individuais, como um certo realismo material força e restringe a liberdade do pensamento na escolha das hipóteses construtoras da Sciôncia.