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12 Diário das Sessões do Senado

Eu tenho aqui o jornal O Dia, que fala do projecto de amnistia do Sr. Machado Santos.

Eu votei essa urgência, Sr. Presidente, como homem de ordem que sou. Não pertenço a partido nenhum, por entender que neste lugar hei-de manter-me completamente independente.

Eu votei essa urgência e para isso bastou que o Sr. Machado Santos invocasse a ordem e a disciplina que a todo o transe é necessário manter.

Eu não sei nem me lembro de todos os considerandos, de toda a doutrina ao projecto de lei do Sr. Machado Santos.

Tratando de ordem, êle prefere todos os assuntos. Sem ordem não há paz nem cousa nenhuma.

Um jornal, referindo-se a êsse facto, diz assim:

Leu.

Ora, isto é que a censura devia cortar. (Apoiados).

Chama-se aqui a avançada democrática.

Eu, Sr. Presidente, não pertenço a partido nenhum, como já disse, e se há partido dentro da República que me tivesse molestado foi, êsse o único que me fez a afronta maior que se pode fazer a um homem.

Hás não é por isso, Sr. Presidente, que eu posso chamar ao Partido Democrático partido da desordem. Ali há muita gente de bem. Se nós actualmente nos estamos a regozijar com a situação criada, isso se deve, Sr. Presidente, em grande parte, ao Partido Democrático. Isto é de justiça dizer.

Se há democráticos que foram demagogos, que venha o primeiro partido da Re-pública que atire a pedra.

A demagogia é a desordem, mas o Partido Democrático não.

Emfim, esta declaração é para se ver como a censura se exerce.

Cortam-se notícias que se podiam publicar e consente-se que O Dia faça uma declaração destas, talvez para acirrar mais os ânimos.

Votei a urgência do Sr. Machado Santos com a melhor das intenções, porque entendo que a ordem é indispensável que se mantenha.

Tenho dito.

O Sr. Severiano José da Silva: — auando há pouco eu pugnava um tanto levanta-damente contra a ordem da inscrição, não o fiz por quaisquer veleidades ou interêsses pessoais, mas porque desejava tratar dum assunto que diz própriamente respeito ao brio e dignificação das funções do Poder Legislativo. Compete, Sr. Presidente, aos Srs. Deputados e Senadores, isto é, ao Poder Legislativo, o examinar e aprovar as contas do Estado. E essa uma das suas funções, talvez a mais importante e que nesta altura de grandes despesas se deve ter na máxima conta.

Partiu, como V. Exas. sabem, para os trabalhes preliminares da Conferência da Paz a comissão dos nossos delegados, e, ao as sentar em se nos seus respectivos lugares a autoridade com que o fazem é medida pelos sacrifícios que a Nação tem feito; e êsses sacrifícios resumem-se especialmente nos dispêndios de sangue e no dinheiro. Do sangue, alguma cousa sabemos; do dinheiro, porêm, creio que ninguêm no país o sabe.

O Sr. Machado Santos: — Ainda hoje, nos regimentos, não se sabe quais foram os que partiram nem quais são os que ficaram»

O Orador: — Desse primeiro ponto não sabia porque não é da minha especialidade o braço da guerra; mas do segundo o dinheiro, como eu tive a honra de ser eleito por êste Senado para a comissão do orçamento, desejo e tenho o dever de ocupar-me dele.

Em todas as nações beligerantes as contas de despesas feitas e a fazer têm sido devidamente analisadas e aprovadas pelos Parlamentos. E não só o exemplo de estranhos, mas a nossa própria Constituição assim o determina. (Apoiados).

E tempo mais do que suficiente tem havido para que tais contas venham às Câmaras.

Era dever do Govêrno trazer aqui essas contas, ou por meio de mensagens presidenciais ou pela voz dos Srs. Secretários de Estado. Mas a verdade é que as contas ainda não vieram!

Para dignidade do Senado e para dignidade do Govêrno eu peço ao Sr. Presidente, visto não estar presente nenhum membro do Govêrno, que comunique ao Sr. Secretário de Estado das Finanças a necessidade que nós temos de conhecer e