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12 Diário das Sessões do Senado

Neste Ministério - o segundo Ministério constitucional do Presidente Canto e Castro, o segundo Ministério da minha residência, - na pasta do Trabalho, no lugar de Forbes Bessa, o bravo combatente do Parque Eduardo VII e o dedicado amigo do grande Presidente - está o capitão Eurico Gafieira, o grande e devotado amigo do Presidente morte, o seu confidente nas horas atribuladas de Belêm e o seu camarada nas horas heróicas da revolução; e na pasta da Guerra substitui o general Corte Rial e tenente-coronel Silva Basto, que, sendo considerado no exército como militar disciplinador e disciplinado, é alheio a todos os agrupamentos políticos; tendo-se, nos últimos dias, mostrado de uma correcção impecável, de uma linha inflexível ao lado do Govêrno e ao lado da República - é a mais absoluta e segura garantia de que a disciplina e o republicanismo de exército estilo confiados a boas mãos.

Na pasta da Justiça, substituiu e Dr. Afonso de Melo, por lembrança minha, o Dr. Francisco Fernandes, cujo nome luminoso no foro e na cátedra, cujo carácter de homem de bem, duma lialdade completa e duma honestidade sem mácula, todo o Parlamento conhece e todo o país, rendendo-lhe homenagem, respeita e admira.

Velho e dedicadíssimo amigo do grande e glorioso morto, seu colega no professorado na Universidade de Coimbra, o Dr. Francisco Fernandes, eleito Deputado na lista gavernamental do Pôrto, eleito por indicação do grande Presidente para a presidência da Comissão Revisora da Constituição e pelo Dr. Sidónio Pais convidado para a gerência da pasta da Justiça, sempre que essa pasta esteve vaga, o Dr. Francisco Fernandes, com um largo e fecundo passado parlamentar, não é, certamente, pelo colorido fácil das fáceis profissões de fé, republicana - mas, entusiasta, devotadíssimo pelo grande Presidente e pela sua grande obra da renascimento e de libertação, como tomem da honra e de inteligência, o Dr. Francisco Fernandes é, desde a primeira hora, desde as jornadas gloriosas de Dezembro um dos mais arcoresos e aos mais convíctos e valiosos cooperadores da República nova.

Não sei se a solução assim dada à crise foi a melhor, foi a mais lógica. O que sei - e isso pela minha honra o juro! - é que tendo procurado defender a República, defendendo a obra de Sidónio Pais sem me esquecer um momento sequer da gravidade excepcionalíssima das horas que vão correndo para a causa suprema da independência e da integridade da Pátria - como cidadão, como republicano, como português eu julgo, em consciência, ter finto o que devia e o que podia -quanto devia o quanto podia - para vir aqui, de cabeça erguida, apresentar-vos o Ministério.

E, historiada, a sua constituição, cumpre-me ainda, em obediência aos bons princípios e às boas praxes parlamentares, definir em termos precisos e concretos, se não o plano e o programa do Gabinete - que, podendo sintetizar-se, a dentro de uma política de avigoramento e consolidação das instituições republicanas, procurando uma fórmula muito mais nacional do que partidária, no culto enternecido e na realização integral da obra de renascimento e de libertação do Dr. Sidónio Pais, estabelecendo, como disse, entre o morto e os vivos a continuidade do seu pensamento sempre generoso e bom e da sua acção sempre inteligente, sempre patriótica e sempre republicana - pelo menos as linhas gerais da grande obra nacional, da grande obra republicana que a Ordem ameaçada, a Disciplina subvertida e as Paixões desencadeadas pela extranha convulsão de dor e do pânico que ia subvertendo a nossa terra, de nós todos reclamam e cuja execução a todos nós é imposta como o mais santo e o mais imprescritível dos deveres.

E assim, no culto inextinguível e acendrado pelo Grande Morto, é a mais firme e inabalável resolução do Govêrno castigar rigorosamente, castigar sem dó nem piedade, dentro das fórmulas rígidas dos códigos, todos os autores, cúmplices o instigadores dos nefandos atentados contra a vida do Dr. Sidónio Pais e, numa das próximas sessões e logo que os trabalhos parlamentares o permitirem, o Governe tomará a iniciativa de vos propor um a pensão às pessoas da família ilustre de malogrado Presidente.

Na nossa vida internacional, o Govêrno, seguindo a norma traçada pelo alto e luminoso patriotismo do Grande Morto às