O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 9 de Janeiro de 1919 13

nossas relações com as nações amigas e aliadas — que tam comovidamente sentiram a nossa dor e tam carinhosamente nos expressaram a sua mágua e a sua repulsa pela catástrofe — manter-se há inalterável na defesa da causa dos aliados, à qual prestará ainda todo o concurso que a Portugal possa ser solicitado, e esforçar-se há por estreitar, cada vez mais, as nossas relações com a Grande Nação Inglesa e com a República Irmã — o Brasil — e com os demais países aliados e amigos. Na vida interna, pacificar - e normalizar, numa calma disciplinada, progressiva e benéfica, a sociedade portuguesa — eis o maior desejo do Govêrno, que é, por certo, o dos ilustres parlamentares. Para isso o Poder Executivo envidará todos os esforços no sentido de considerar igualmente a dentro da República todos os bons portugueses, confiando tambêm em que o Poder Legislativo o auxiliará, corrigindo os seus actos e promovendo a rápida jevisào constitucional, seguida duma dissolução que se impõe para que a urgente satisfação dêsse desejo não fique comprometida.

E abolindo a censura, iniciando o licenciamento dos milicianos, promovendo o rápido - andamento dos processos dos implicados nas perturbações de ordem pública e delitos políticos e sociais, fazendo regressar à metrópole aqueles que em África se encontrem e cujos delitos por qualquer aspecto não colidam com o Direito Penal comum — o Govêrno procurará assegurar com energia, por intermédio de todas as autoridades republicanas do país, a manutenção da ordem e das garantias individuais, entrando na repressão implacável de qualquer tentativa que de futuro se esboce para a sua alteração ou desrespeito; adoptando as mais rigorosas medidas contra os fabricantes, portadores e detentores de bombas explosivas e bem assim contra todos os que possuírem armas, sem as devidas autorizações.

E dando imediata publicação aos mapas e contas das despesas da nossa com participação na guerra, o Govêrno, ao mesmo tempo que procurará destruir, por intermédio dos nossos representantes nas várias nações e pelo restabelecimento da verdade dos factos, a campanha difamatória que em certos órgãos da imprensa
estrangeira vem sendo sustentada contra Portugal e contra a situação resultante do movimento nacional republicano de 5 de Dezembro, confia no patriotismo das fôrças militares de terra e mar, saúda os bravos soldados e marinheiros que ainda pisam, era defesa da causa da,Liberdade e da Justiça, as terras de África e da França, e asseverando a sua intransigente irredutibilidade com todas as demagogias, espera de todos os bons portugueses e que todos os bons republicanos o seu apoio e a sua cooperação, porque de todos tia e em todos confia para o ajudarem a demonstrar a Portugal e ao mundo que obra do Sidónio Pais não morreu e que vivo Êle na admiração imperecível de todos nós, a sua obra reviverá, triunfal e dominadora, nesta boa, nesta santa, nesta desventurada terra portuguesa — duplamente sagrada, hoje como terra da nossa Pátria, como terra que Êle regou com o sangue do seu martírio.

A República nova não periga! A República nova está entregue a boas mãos e o ditame derradeiro, a derradeira vontade do Herói e do Mártir — o Salvem a Pátria! imperativo de Sidónio Pais — há de cumprir-se, porque a Pátria será salva e salva será a República, por todos os bons republicanos, por todos os bons portugueses.

Tenho dito.

O Sr. Castro Lopes: — As horas trágicas que temos vivido desde o momento terrível e funesto em que tombou para sempre essa figura grandiosa do malogrado Chefe do Estada, mais nos tem feito concentrar nessa dor, mais tem avivado a saudade, não tem feito sentir & falta extraordinária dêsse grande cidadão.

Antes de fazer as considerações que ressaltam das afirmações do Sr. Presidente do Ministério, devo dar conta à Câmara, esclarecendo-a, duma referência à minha pessoa, feita pelo Sr. Presidente do Ministério, para o qual apelo pois que é incapaz S. Exa. de dizer aquilo que não seja rigorosamente verdadeiro.

A convite de S. Exa. aqui me tenho mantido; se o meu valor é nulo devo lembrar que me tenho mantido neste lugar por Unidade e dedicação.