O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 9 de Janeiro de 1919 21

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Tamagnini Barbosa): — Sr. Presidente: estamos na mesma.

O Orador: — Venha S. Exa. aqui dizer-nos que puniu ou tentou punir as autoridades; que realizou ou ordenou a realização do inquérito, com as provas da sua afirmação, e... eu retirarei o que disse. Não basta que se venha dar a palavra de honra, é necessário que os actos sejam conformes com as palavra?.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Tamagnini Barbosa): — Eu peço a V. Exa. que esclareça esta situação. Isto coloca-me numa situação muito delicada.

O Orador: — Eu já disse o que tinha a dizer. (Sussurro).

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Tamagnini Barbosa): — Sr. Presidente: é um caso de honra.

Pelo muito respeito que tenho a esta casa, nas mãos de V. Exa. deixo que derime a questão, e, depois de derimida, eu e o Govêrno regressaremos, sem que isso perturbe a marcha do Poder Executivo. Eu continuarei a ser Executivo.

O Govêrno sai.

O Sr. Presidente: — Está interrompida a sessão.

Eram 11 horas.

O Sr. Presidente (às 17 horas e 57 minutos): — Está reaberta a sessão.

O Sr. Castro Lopes: - Requeiro a V. Exa. que a sessão seja prorrogada até se liquidar êste incidente.

Foi aprovado.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Machado Santos.

O Sr. Machado Santos: — Sr. Presidente: quando transponho a porta desta sala não é para derimir questões pessoais.

Aqui, no recinto do Senado, trato apenas dos interêsses do país e da República, que me cumpre defender. De resto. Sr. Presidente, eu nenhuma questão pessoal tinha a derimir com o Sr. Presidente do Ministério, e, portanto, não podia ter nenhum intuito de ofendê-lo.

Tendo há meses S. Exa. ousado afirmar, e sob palavra de honra, que iria investigar e punir — era S. Exa. então Ministro do Interior — os autores das barbaridades e atentados que se consentiram no Pôrto, e não tendo até hoje visto que tal se fizesse, sendo essa a causa única de se ter tornado possível o movimento sedicioso do norte, eu permiti-me atacar politicamente o Sr. Presidente do Ministério. Era esta a declaração que lialmente eu tenho a fazer a V. Exa.

Tenho dito.

Entra o Ministério.

O Sr. Presidente: — Com as declarações do Sr. Machado Santos dou por liquidado êste incidente.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Tamagnini Barbosa): — Pedia a V. Exa. a fineza de mandar ler a declaração que me consta ter sido feita pelo Sr. Machado Santos, e peço tambêm a V. Exa. que me conceda depois a palavra para explicações.

Foi lida na Mesa. Contêm as palavras acima proferidas.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Tamaguini Barbosa): — Sr. Presidente: devo declarar a V. Exa. e ao Senado que me satisfazem as declarações feitas nesta Câmara a propósito do incidente, que deu causa à saída do Govêrno desta sala, pelo Sr. Machado Santos.

Devo declarar a V. Exa. e ao Senado que não esperava outra cousa do seu carácter, a quem tenho prestado justiça.

Sr. Presidente: sem mais considerações sôbre o assunto, e apenas como elucidação para esta Câmara, eu devo lembrar a V. Exa. que, se fiz qualquer afirmação sob palavra de honra nesta casa, conforme disse o Sr. Machado Santos, eu não deixaria nunca de cumprir a minha palavra.

Não figura no emtanto nos extractos parlamentares essa declaração de honra; mas, porque o Sr. Machado Santos decla-