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22 Diário das Sessões do Senado

rou que a tiaha proferido, dou-a como proferida e vou esclarecer a minha atitude nessa questão.

Sr. Presidente: ordenei o inquérito imediato aos factos passados, e sem que sôbre êsse inquérito viessem, ao meu poder quaisquer elementos que elucidassem meu espírito; eu não podia proceder fôsse contra quem fôsse.

Desse inquérito foi encarregado o Sr. coronel Machado, que era oficial graduado da guarnição do Pôrto.

S. Exa. terminou a primeira parte do teu inquérito e enviou-a para o Ministério do Interior.

Saído do Ministério do Inferior, eu não tinha mais que ver com os assuntos desta pasta.

Tinha, como membro do Govêrno, que desejar, e desejo, o castigo de todos os que não procedem com a lei; tinha, e tenho, o desejo de ver castigados todos aqueles que procedem de má fé, que cometem arbitrariedades, e, nestas condições, para que não se conclua destas minhas palavras referencias ao incidente ultimo com a classe militar, deve declarar que considero êsse incidente como um excesso de zelo, como e desejo de ver respeitada a obra de Sidónio Pais; e foi nestes termos que eu, falando com êsses delegados na ocasião em que eu constituía o actual Gabinete, depois da intervenção de V. Exa., do Sr. Presidente da Câmara dos Deputados e dos ilustres leaders dos partidos das duas casas do Parlamento, foi depois disso que eu, pondo assim a questão e notando-lhe o seu lado fraco, pu-la com aquela lialdade que costumo pôr as questões.

O ponto fraco desta questão era o de se acusar possivelmente o Govêrno de não punir oficiais que fizeram parte da Junta, e eu vi o momento azado para lançar uma nota bem pública da pacificarão da família portuguesa, libertar do alguns dos republicanos que estivessem presos sem culpa formada.

Muitos presos têm sido soltos, e serão todos aqueles que não estejam envolvidos em delitos de natureza comum.

Procedendo assim, procedo, penso eu, de harmonia com os desejos da opinião republicana. Mas tambêm disse na minha mensagem, que seria rigoroso, de futuro, contra atentados dinamitistas, fabricantes de bombas o portadores de armas sem autorização legal.

Neste sentido, brevemente trarei ao Parlamento uma legislação especial.

Nas minhas relações com o Sr. Machado Santos, que não me conhece de hoje, sabe S. Exa. bem o que valho como homem de palavra.

Não eram essas palavras que poderiam apoucar o meu carácter e a minha dignidade.

Vejo que S. Exa. não teve êsse intuito, mas a declaração era pública de mais para que pública não fôsse a satisfação.

Dou-me por satisfeito e testemunho através de v. Exa. ao Sr. Machado Santos as minhas considerações.

O orador não reviu.

Vozes: — Muito bem.

O Sr. Castro Lopes: — A maioria desta Câmara tinha visto, com profunda mágua, êste incidente; resolvido como foi, manifesta agora a sua moita satisfação.

O Sr. Machado Santas: — Ouvi as explicações de V. Exa. e quero provar à Câmara mais uma vez que o Govêrno que se constituiu e se apresentou hoje ao Senado não pode dar-nos garantia nenhuma de ordem e tranquilidade, porque não pode dar-nos garantia nenhuma do seu republicanismo.

Tenho aqui o Primeiro de Janeiro chegado hoje, que tem duas locais muito curiosas que passo a ler com licença da Câmara.

Leu.

Informo V. Exas. de que as tropas reúnidas na Régua estavam aí por ordem do Govêrno.

Hoje quem é republicano é formiga, é democrático, é demagogo.

Isto diz o governador civil do Pôrto, major Margarido. Note V. Exa. que a concentração Já Régua foi ordenada pelo Govêrno.

Outra local diz o seguinte:

Leu.

Quando o Sr. Presidente do Ministério dizia que tinha chamado à ordem as Juntas do norte, as Juntas procediam assim.

Em Lisboa passou-se um caso ainda mais extraordinário.