O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

.6

Diário das Sessões do Senado

a noção das conveniências. Ainda há pouco aqui protestei contra o esbanjamento feito no Ministério das Finanças, por motivo de serões, triplicando ordenados a funcionários públicos, e já hoje eu vejo com mágoa que no Ministério da Agricultura se deram passes do caminho de ferro a todos os •funcionários, e ':udo isto se faz num país que está à beira da bancarrota.

Ora isto é uma anormalidade, isto não pode ser; eu protesto contra estes esbíin-jamentos. Isto não pode continuar; se não caíramos na moralidade estamos perdidos.

O Sr. Ramos Preto : —Pedi a palavra para mandar para a Mesa o sogTinriõ requerimento :

«Requeiro que o projecto de lei n.° 14, aprovado pelo Senado-em 6 de Setembro de 1919. e enviado à Câmara dos Deputados na mesma data, e que tem naquela Câmara o n.' 1S1-A, seja promulgado como lei nos termos do artigo 32.° da Constituição Política da Kepiblica Portuguesa.— José Ramos Preto».

Sr. Presidente: ontem tive â honra de fazer algumas referências sobre a manifestação que aqui foi feita ao Sr. coronel António Maria Baptista.

Eu teria ainda alguma cousa mais a dizer e, se o não fiz, foi pare. que não se pudesse supor que eu queria tirar, com as minhas palavras, quaisquer efeitos políticos.

Continuamos sem Governo, Sr. Presidente. Esta situação não pode continuar.

A instabilidade dos Governos é altamente nociva aos inlerêsses nacionais e desprestigiaste para o regime, e inutiliza todas-as boas vontades.

Este espectáculo lamentável que frequente e repetidamente presenciamos, cada dia com novas agravantes, tem de ter um termo.

Nós não caminhamos ; nós morreremos sufocados nesta atmosfera inglória e quá-si criminosa que as rivalidades políticas e ambições coimando têm fomentado.

Nesta hora difícil da vida nacional incumbe aos partidos o dever de se sacrificarem. Será a única forma de redimirem os seus erros, porque é por efeito dos

seus erros que nós nos encontramos eni circunstâncias tain críticas.

Forme-se um Governo presidido por alguma dessas grandes individualidades da Eepública que reúna em volta de si a elite de todos os partidos políticos, pois que a obra da redenção nacional não pode ser operada por um só dos agrupamentos políticos.

Se essa elite se sacrificar cumpre apenas um dever, porque os homens públicos devem, mais do que quaisquer outros, a obrigação desse sacrifício. Se assim se não fizer, os partidos demonstrarão a sua falência e não têm o direito de se impor, e muito menos o direito de intervirem na vida nacional. Ou cumprem e se sacrificam, ou confessam a sua impotência. O novo Governo só .pode e deve sair de todos os partidos que têm o dever de para ele darem os seus mais e melhorei? elementos.

O contrário disto será um crime que a consciência nacional reprova, e do qual o País não deixará de exigir severas contas.

Não quero deixar do dizer aqui bem alto que os homens políticos do meu País-s a devem congraçar leal o sinceramente para a realização da grande obra do que o País necessita c reclama. Basta de Ministérios a brincar.

Tenho dito.

O Sr. Alfredo Portugal: —Sr. Presidente: no mês passado requeri a V. Ex.a que, pelo Ministério das Finanças, me fossem enviados diversos esclarecimentos.

È certo, Sr. Presidente, que se podia tratar do muitas cópias, mas o que também é verdade é que:, decorrido um mês, jL pelo menos algumas delas me podiam ter sido enviadas.

Isto prova o que, por vezes, se tem dito nesta Câmara: o desleixo havido nos Ministérios na satisfação dos pedidos feitos pelos representantes do País.

Eu pedia a° V. Ex.a, Sr. Presidente, para que de novo instasse pela satisfação do meu pedido, muito desejando não ter de terna:* a falar nele.

Tenho dito.