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Diário das Sessões do Senado

ral; mas contra o Governo não, porque eles devem contar com o Govêrao para reprimir todos os desmandos.

E quando o Parlamento, quo ó soberano, declarar que a amnistia ó um acto de justiça e de patriotismo, têm de reconhecer o direito que assiste ao Parlamento, quo 6 soberano: ninguém se pode levantar contra ele.

Tenbo a certeza de que o Governo, sem estar a criar conflitos, procederá de fornia a fazer ver a conveniência r. Gsses elementos de moderarem os seus ímpetos, não se consentindo assim que se lance o país em desordem.

O orador não reviu.

O Sr. Jacinto Nunes : — Agradeço essas explicações.

Num jornal vi uma entrevista cem um dos directores da companhia das pescarias, na qual se afirma que ficaram completa mente garantidos os direitos dessa empresa.

Com relação às outras questões, creio bem que é tudo atinente a continuar a viver u casta da-política.

O Sr. Pereira Osório: — As minhas palavras eram mais próprias quando estivesse presente o Sr. Ministro da Instrução, cuja presença já há dias pedi.

Mas como está o Sr. Presidente do Ministério, que se interessa pelo assunto de que vou tratar, aqui já versado há dias. eu aproveito esse ensejo para falar nele.

A República, sempre justiceira, mines, esquece aqueles que praticam qualquer acto que bem merece do País.

Assim, quando foi da lei da separrção, reconbece nela os altos serviços praticados pelo então bispo-conde, exarou uma disposição especial em que se dizia cpe o museu do arte-sacra ficava ccmo ato ali debaixo da administração daquele prelado até a sua morte.

' Ach.avs.-ni8 eu no Governo Civil, como chefe do distrito, quando elo faleceu, e grandes apreensões tive. porque, conhecendo perfeitamente esse museu, o sabendo que as condições da sua instalação não tinham garantias de segurança, eu, que fiquei com a guarda dele, confesso cue tive dias de sérias apreensões.

Tratei, com o então Sr. Ministro da Justiça, de poder entregar ao director do Museu Machado do Castro aquele pre-

cioso museu e sugeri a ideia de se aproveitar para a instalação desse museu a igreja de S. João de Almedina, que ficava junto ao museu Machado-de Castro, com o qual ora fácil fazer ligação.

Tive oposição, mas, tratando-se duma causa justa, venceram-se as dificuldades.

Razão tinha eu para as minhas apreensões, porque, abandonando mais tarde o Governo Civil, não se passavam muitos dias quando houve um roubo nesse museu.

Isto vem a propósito de que são decorridos sete anos e essas preciosidades não estão suficientemente garantidas, e que as obras, que há poucos •lias tive ocasião de verificar, estão paradas, e a trabalhar--se tão vagarosamente nem daqui a dez anos estarão concluídas.

Indagando os motivos, disseram-me que era falta de dinheiro, o qual era bastante que fossem 10 contos.

Sabendo que S. Ex.a se interessa pelas coasas de Coimbra, pedi pois a palavra p£,ra fazer estas'considerações que peço leve ao Sr. Ministro da Instrução.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério, Ministro do Interior e interino da Agricultura (Ber-nardino Machado): — Associo-me inteiramente aos desejos do Sr. Senador.

Grande parte da minha vida passei-a em Coimbra, terra a que devo muito do que sou, e tudo quanto lhe posso fazer o farei de todo o coração.

Conheço o Tesouro, e a esse propósito não posso. deixar de lembrar um nome que ficou aureolado em Coimbra, o do fundador desse museu, o bispo-conde D. Manuel, como não posso deixar de ligar a este nome um outro dum grande democrata, cue era o colaborador dedicado daquele. António Gonçalves, que desde a morte do Bispo-Condo tem' presidido ali a todas as obras- de arte.

Não é só uma obra de respeito pelo passado, porque se fez com esse museu uma escola e dela toai saído alguns artistas distintos, dos primeiros entre nós.

Por tudo isso, associo-me inteiramente aos desejos do Sr. Pereira Osório, que são também os desejos do Sr. Cónego Andrade.