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Diário das Sessões do Senado

das, intervém a política, e em ela se introduzindo, perde-se tudo. O resultado foi que a comissão de guerra se viu obrigada pelas circunstâncias a criar uma situação tanto quanto possível equitativa e justa. Pelo menos, foi o que me aconteceu, que nunca assinaria uma entrada, quáiii que em bloco, de oficiais milicianos para o exército permanente, o que ô contrário ao regirae que nos regula e à organização do exército.

Devemos reparar que quâsi todos os dias se apresentam propostas de lei que nada mais representam do qu-3 aumentos de vencimentos e de quadros, e outras não são mais do que uma degenerescência da organização miliciana, quando, pelo contrário, nós desviamos, cada vez mais, aperfeiçoá-la, tornando-a ainda mais miliciana. Só assim se concebe a naçiio armada.

Hoje es exércitos tom de ser as nações armadas, e a nação armada não pode ser um pequeno exército permanente, tem de s"er uma escola onde todos se instruam e se habilitem a pegar numa arma para defesa do seu país. Mas essa escola precisa de ser .feita por homens do métier que se dediquem a professores e disso vivam, para o que deverão ser bem remunerados. E digo isto porque todos 03 que vestem uma farda necessitam da ter outra ocupação onde possam angariar os meios para sustentar-se a si e aos seus, e portanto distraídos do sen papel de educadores militares.

Jí, por isso que eu quero uma escola onde entrem aqueles que têm capacidade para isso. e a quem se pague muitíssimo bem. para que toda a sua vida seja dedicada à instrução militar.

Mas o que nos ficou da guDrra torna-nos mais difícil a solução deste problema que é absolutamente necessário n£ío só para bem do exército, como para bom do país. Não é aumentando quadros, que se melhoram as finanças (Apoiados)] não é aumentando os quadros que se melhora a situaçLo daqueles que se dedicam à vida militar. (Apoiados).

Seja como for, o que preciso é que todos nos convençamos —e por mim. confesso que entrava da melhor vontade numa liga partidária que tivesse por fim evitar os aumentos dos quadros e que reduzisse os existentes— o que é preciso é

que todos nos convençamos, digo, de que devem terminar as reformecas deste ou daquele Ministério, que outra cousa não são do que assaltos às finanças do Estado, criando lugares que representam si-neeuras. (Apoiados). Trabalhemos todos para reduzir o exército ao milicianismo que é iaoje a base para a nação armada,

E só assim, Sr. Presidente, nós poderíamos ter um dia o material de guerra que os exércitos modernos requerem.

Sr. Presidente: eu não quero cansar mais a Câmara sobre este assunto. Entendi, como dever de consciência, vir aqui expor o meu modo de-ver sobre o assunto e explicar por esta forma a razão por que assinei sem ser vencido; não, porque concorde com ele, mas para dentro da situa cão criada se dar uma solução tanto quanto possível honesta, equitativa ao caso dos oficiais milicianos.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Abel Hipólito: —Sr. Presidente: ao tratar-se, nesta Câmara, do projecto dos milicianos, eu cumpro o meu dever de, neste lugar, cumprimentar essa classe, que na Grande Guerra prestou grandes serviços ao exército e a Pátria, Lá me encontrei com eles, Sr. Presidente, e tive ocasião de reconhecer que na sua grande maioria, souberam vencer as grandes dificuldades duma guerra atroz em países estrangeiros.

Sr. Presidente: vou lembrar ao Senado u:n caso passado em França que é de molde a encher de orgulho o exército português :

Quando da visita do Chefe do Estado às escolas inglesas de artilharia pesada, eu tive ocasião de, na qualidade de comandante dessa arma, o acompanhar; e foi com imenso orgulho, como oficial português, que ouvi as referências mais ale-vantadas ao modo como a nossa artilharia se apresentara nessa revista. De alguns oficiais ingleses ouvi eu dizer que os soldados ingleses se não apresentavam melhor do que os nossos; e, Sr. Presidente, estes soldados, eram na sua maior parte comandados por oficiais milicianos de artilharia pesada.