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Sessão de 4 de Dezembro de 1923
munhas, que a S. Ex.ª prestava culto pelo seu alto carácter (Apoiados) e ao seu republicanismo.
Feita esta afirmação, nunca S. Ex.ª podia supor que, por inadvertência, leviandade, ou outra circunstância que se não compadece com a minha idade, nem com a minha situação, nesta casa, eu pudesse ter proferido qualquer palavra na intenção de o magoar.
E porque a não proferi, não me posso penitenciar.
Em relação aos boatos na imprensa, acentuei duma forma clara, explícita, que todos de certo ouviram, e até ouviu o ilustre leader daquele lado, frisei a expressão — boatos inacreditáveis.
Apoiados.
Pois se eram boatos inacreditáveis, ¿como é que eu tornava dêles culpado o Sr. Ministro das Colónias?
Se eu julgava inacreditável o que se dizia, ¿como é que tornava culpado o Sr. Ministro das Colónias?
Se porventura não tivesse feito justiça à inteireza do seu carácter e à sua lealdade, eu poderia dizer que S. Ex.ª queria estabelecer premissas, que não eram exactas para delas deduzir acusações; mas desde que não pronunciei essas palavras e desde que eu, alto e bom som, prestei culto ao carácter do Sr. Ministro das Colónias e acentuei, duma forma clara e positiva, que semelhantes boatos eram absolutamente inacreditáveis, ¿como é que destas expressões tam simples o Sr. Ministro das Colónias poderia tirar assunto para produzir acusações?
Podia ser que S. Ex.ª tivesse razão, se porventura no calor da discussão eu tivesse proferido quaisquer palavras — que não proferi — que pudessem melindrar a alta figura do Sr. Ministro das Colónias, bom republicano, inteligência lúcida, carácter elevadíssimo.
Se as tivesse proferido, da melhor vontade as retirava; mas devo acrescentar que a minha consciência não me acusa de ter proferido uma única expressão que pudesse dalgum modo, directa ou indirectamente, ferir a susceptibilidade do Sr. Ministro das Colónias.
Pôsto isto, Sr. Presidente, volto novamente ao requerimento do tenente-coronel Sr. Velez Caroço.
Disse S. Ex.ª que não compreendia como é que o Sr. Velez Caroço previu, mesmo antes de lavrado o despacho sôbre o processo relativo ao Sr. Barbosa...
A explicação é simples.
Todos sabem a atmosfera que pesa no Ministério, e portanto o Sr. Velez Caroço teve naturalmente uma previsão sôbre o que se daria no caso em questão, previsão que de resto se confirmou. É o que é.
Parece-me, pois, Sr. Presidente, que tenho demonstrado ao Senado que de maneira nenhuma quis enxertar neste debate a mais leve sombra de injúria ao Sr. Ministro das Colónias.
Quis apenas acentuar — e êste foi o meu intuito — as razões por que dêste lado da Câmara havia as reservas que expus a respeito da nomeação dos governadores, cuja proposta o Sr. Ministro das Colónias enviou para a Mesa.
Isto está longe de ser um desacato ao Sr. Ministro das Colónias, significando, pelo contrário, uma explicação franca, leal e sincera.
Apoiados.
E, tanto assim, que tive o cuidado de antes de pedir a palavra procurar o ilustre leader do Partido Nacionalista e expor-lhe as circunstâncias, que se davam.
Quere dizer: tanto quanto possível, quis evitar que êste assunto fôsse por emquanto tratado no Senado, antes da verdadeira luz esclarecer o assunto.
S. Ex.ª fez o obséquio de me dar a notícia de que a proposta já havia sido enviada para a Mesa.
O Sr. Presidente informou-me de que a proposta ainda se não tinha recebido.
Agora vejo que o Sr. Ministro das Colónias enviou acto contínuo, a estas minhas considerações, a sua proposta.
Foi isto apenas um preito ao Sr. Ministro das Colónias, ao seu alto carácter, e ao mesmo tempo o uso de um direito que êste lado da Câmara tem.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Augusto de Vasconcelos: — Sr. Presidente: foi com a maior das surprêsas, que ouvi o Sr. Catanho de Meneses levantar o incidente, que motivou o seu negócio urgente.
Tinha de facto S. Ex.ª tido a atenção de se me dirigir e dar-me conta das re-