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Diário da» Scttôet do Senado

ram a Kepública, ficando com o dever de a saber respeitar, prestigiar e conservar. O que se passou no Porto merece mais o esquecimento do que aproveitar a ocasião para estar a acirrar ódios.

O Sr. Júlio Ribeiro: —É que S. Sx.a não sofreu as traições e as infâmias da Traúlitânia.

O Orador: — Já afirmei que me associava. Entendo, porém, quo acima de todas essas datas temos que ter aquela em que implantámos a República: 5 de Outubro de 1910. * »>

O Sr. Tomás de Vilhena:—Sr. Presidente: V. Ex.a compreende bem, e a Câmara também, que não me vou associar à saudação em honra da restauração da Kepública no Porto. E por uma razão muito simples: considero a implantação da República em 5 de Outubro uma grande calamidade nacional, c temos e, considerar como uma calamidade ainda maior a sua reimplantação em 13 de Fevereiro.

E isto sem nenhuma espécie de sectarismo político. E que eu entendo que as formas de Governo só têm do adaptar à índole, à capacidade étnica dos povos. Julgo que nunca foi possível a um povo depois de oito séculos dum regime dentro do qual viveu muito glorioso, sossegado e honradamente, passar de repente para uma fornia que lhe é inadaptável.

Seria o mesmo quo eu trocar o-m eu casaco com o do meu amigo Sr. OriolPena, Ele rebentava; ou quási, eu ficava duma forma ridícula.

Não é possível. As formas de Governo têm de ser adaptadas á capacidade étnica dum povo. Nós havemos de ficar semprs monárquico;5. E aqui na Câmara, com excepção de três, somos todos monárcní-cos.

IZisos.

O Sr. Ribeiro de Melo: — Ora essa!

O Orador:—V. Ex.a mesmo, não é mais que um absolutista, um miguelisía.

Ora, £como é que se pode pegar num país com estas tendências e constituir nele a democracia pura? E tanto assim, que tudo isto é uma história, uma fantasia.

Celebra-se hoje a reimplantação da República no Porto. Ora, só nós fizermos um confronto entre a maneira agradável como vivíamos antes de õ de Outubro, em ordem e sossego, e a maneira como agora vivemos,, se nós conscienciosamento quisermos ver as cousas, havemos de concluir que todos temos saudades dos últimos 60 anos da monarquia constitucional.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Instrução Pública

(António Sérgio): — Sr. Presidente: pedi a palavra para, em nome do Governo, me associar ao voto .de congratulação, proposto pelo Sr. Júlio Ribeiro, acerca da restauração da República no Porto, onde teve papel primacial o capitão Sarmento Pimentel.

O Sr. Presidente : — Em vista da manifestação da Câmara, considero o voto de saudação aprovado por todos os Srs-Senadores, com excepção dos Srs. Senadores monárquicos.

O Sr. Silva Barreto :— Sr. Presidente : desejava saber se terei um quarto de hora para usar da palavra, porque, se assim não for, pedirei ao Sr. Ministro da Instrução para comparecer noutra sessão-

Vozes: — Fale, fale.

O Sr. Silva Barreto:—Sr. Presidente: há proximamente quinze dias, pedi a V. Ex.a a fineza de convidar o Sr. Ministro da Instrução a vir a esta Câmara, para com S. Ex.a trocar impressões acerca do momentoso assunto : a extinção das esco-las primárias superiores.

Passados poucos dias, leio uma entrevista que uma comissão de professores primários dessas escolas teve com o Sr. Ministro da Instrução, a qual entrevista foi publicada no jornal A Montanha de 14 de Janeiro de 1924, com esta epígrafe: Escolas Primárias Superiores.