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Sessão de 13 de fevereiro de 1924

o Senado envie um telegrama à Câmara do Porto saúdando-a pelo aniversário desta data. ~~

O Sr. Procópio de Freitas: —Sr. Presidente: era intenção minha propor uma saudação a todo o povo republicano que foi vítima da insurreição monárquica, e em especial ao do Porto, mas como o meu ilustre colega Sr. Júlio Eibeiro se antecipou, por isso me associo do coração ao voto proposto por S. Ex.a a todos os que foram vítimas desse movimento insurrec-cional, e saúdo eoi especial todos aqueles que se mantiveram firmes nas suas ideas, pois em ocasião como essa é que se sabe quem tem opiniões firmes.

Quando foi a revolta de Monsanto, havia já quem procedesse duma maneira dúbia receando o futuro.

Posso falar assim porque, quando tive conhecimento da insurreição no Porto, dei a minha palavra de honra que se a monarquia se implantasse em Portugal não a serviria nem uma hora. O navio do qual eu era comandante foi o que teve a honra de mandar as primeiras granadas para cima dos insurrectos monárquicos.

O Sr. Mendes dos Reis: — Sr. Presidente : lamento sinceramente a minha distracção. Não reparei que tinha sido proposto um voto de saudação comemorando a data que hoje passa. Associo-me, pois, com o maior prazer, tanto mais que tive a honra de comandar alguns milhares de homens, que cooperaram efectivamente a faver da reimplantação da Kepública.

Tonho dito.

O Sr. Ribeiro de Melo: — Sr. Presidente : na saudação proposta comemorando a data de hoje tinha o Sr. Querubim Guimarães a melhor resposta às suas palavras de especulação política.

S. Ex.a, que incarna nesta Câmara as normas da monarquia deposta, estava preparando um novo discurso para poder evitar que qualquer dos lados da Câmara se lembrasse que passava o aniversário da restauração da República no norte. Nem a S. Ex.a, nem aos seus colegas da bancada monárquica agradava ver que, tanto deste lado da Câmara, como da parte de todos os republicanos, se prestava homenagem àqueles que souberam galhar-

damente combater a restauração da monarquia de Couceiro.

Habilidoso político como é o Sr. Querubim Guimarães, ele sabe sempre tirar partido para protestar contra actos que tenham em mira defender os sagrados interesses da nação, que tanto dizem respeito a monárquicos como a republicanos, e que naturalmente hão-de trazer para o Estado Português uma situação mais desafogada e favorável, e que não pode convir à especulação monárquica da sua propaganda de bota-abaixo.

Esque§eu-se S. Ex.a de que os republicanos ainda têm o mesmo vigor como quando implantaram a Kepública em 1910. Além de que a nação sabe bem que os crimes cometidos durante a monarquia sfto superiores, muito superiores aos que se têm praticado durante o regime republicano. O regime da Traulitânia não pode de maneira nenhuma arvorar o Sr. Querubim Guimarães em paladino da liberdade, mas S. Ex.a explora e especula. S. Ex.a vai de encontro ao sentimento republicano do país, que é muito superior ao dos monárquicos.

Apoiadas.

S. Ex.a quer apenas uma monarquia para os monárquicos. Não pode ser!

Mas, Sr. Presidente, passa hoje o aniversário da queda da restauração da monarquia. Esse acto que se praticou no Porto, e que se limitou felizmente ao norte, -não podia ter maior resposta do que aquela que apresentou à Câmara o Sr. Júlio Ribeiro: — um voto de saudação a todos aqueles republicanos que se bateram mais uma vez pelo triunfo das armas republicanas.

Em meu nome pessoal, como republicano que sempre fui e serei, ainda que pese a V. Ex.as, eu orgulho-me pelo voto apresentado e associo-me a ele de alma e coração.

O orador não reviu.

O Sr. Gaspar de Lemos:—Sr. Presidente: associo-me em nome deste lado da Câmara ao voto de saudação apresentado pelo Sr. Júlio Ribeiro.