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Diário das Sessões do Senado

Afirmou S. Ex.a que a suL-região de Guimarães devia subsistir c não outras que foram extintas, por alguns motivos: primeiro porque Guimarães ò uma das regiões do país do maior densidade de população; clepois, em Guimarães é onde se faz mester maior instrução; e o facto do estar próximo de Guimarães aquela escola que eu classifiquei de ser a que se tem desempenhado melhor, isso não representava impedimento, porquanto as qualidades técnicas eram também diversas. Ora, Sr. Presidente, eu conheço suficientemente Guimarães, Santo Tirso o toda a região do Minho litoral. Entendo que todas as condições económicas e agrícolas que existem em Guimarães, existem igualmente em Santo Tirso. A. região agronómica é a mesma, porque iguds são as condições agrológicas, mineralógicas, hidrográficas e climatéricas.

E que realmente as condições são inteiramente semelhantes mostra-o o próprio decreto que classifica esses dois concelhos absolutamente dentro da mesma região. Os estudos económicos, ou agrícolas r.té hoje feitos igualmente nos indicam que c, região é a mesma o que a feição agrícola continua a ser também a mesma: os costumes das propriedades, a vinha de enforcado, etc., de Guimarães e Santo Tirso têm absolutamente o mesmo aspecto.

Por consequência, 'Sr. Prc-sidenle, be considerarmos todos os elementos técnicos não vejo um. único que possa distinguir Guimarães de Santo Tiráo. Não vejo, pois. o mínimo motivo, para em Guimarães ficar persistindo uma região agrícola, ao pr.sso que outras on.m suprimidas. Não só pela feição agrícola como também por aquelas condições a que me reíeri de estar Guimarães janto duma escola, que tem prestado relevantes serviços naquela região.

Certamente, o Sr. Ministro da Agricultura não se limita a dar esta razão, mas eu suponho serem estas as de ordem técnica.

O Sr. Ministro da Agricultura aluda explicou o caso pelo facto do ser chefo dessa região um determinado funcionário. E porque se mencionou o nome dessa funcionário,, também com rnuito gosto o repito— o Sr.. Mota Prego. • Fez S. Ex,:i os seus elogies ao engenheiro agrónomo Sr. Mota Prego. Só te-

nho de acompanhá-lo nesses elogios, porque são justos o merecidos.

Conheço o Sr. Mota Prego; sou sou amigo desde estudante. Cursámos ao mesmo tempo. Encontrámo-nos até nas condições do frequentarmos no estrangeiro as. mesmas escolas c laboratórios. Trabalhámos, por consequência, lado a lado. Bom o conheço. Seguiu-o sempre através da sua obra agronómica, digna de elogio e de prémio. Sempre o reconheci, e quando tive a infelicidade de sobraçar a pasta da Agricultura tive grande prazer em distinguir o Sr. Mota Prego promo-veuco-o à classe imediatamente superior por distinção. Não posso, portanto, ser acusado de qualquer má vontade contra S. Ex.a

Eu acreditaria ainda que se tivesse qualquer deferência e respeito por S. Ex.a conservando a sub-região que estava dirigindo, mas o que é mais difícil de compreender é que, mantendo ou abrindo esta excepção, ela fosse ainda ampliada com uma outra que foi a da criação duma escola móvel em Guimarães, onde não era necessário que ficasse a sub-região, nem a escola móvel; pelo menos por melhores razCes a devia ter outra sub-região.

Consequentemente não posso deixar de continuar a estranhar que uma excepção tivesse sido feita para a sub-região de Guimarães, justamente para aquela que por todos os motivos técnicos e não técnicos era uma das que no País mais facilmente se podiam dispensar.

Assim, Sr. Presidente, respondo a esta primeira objecção, ou a esta primeira explicação que foi dada pelo Sr. Ministro da Agricultura, fazendo já a afirmação de que ela não é de modo algum de moldo a pôr na boa situação o princípio da supressão das diversas sub-rogiões. extinguindo aquelas que tinham maior razão de subsistir. Uma outra sub-região que subsistiu foi a de Beja. As condições agrárias, económicas o agrícolas de Beja são inteiramente diferentes das de Guimarães. A razão que o Sr. Ministro teve para manter a de Beja fui esta: porque Beja é um grande centro produtor de trigo.