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Sessão de 20 de Fevereiro de 1924

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tos alunos que saíram com teorias opostas às que lhes ensinaram.

Significa isto que a mesma pregação é contraproducente. A mera pregação é contraproducente porque os rapazes, em geral, têm um espírito independente. Gostam de estar na oposição. Portanto, ó preferível à pregação a prática da vida e do lugar, e é isso o que faz(a autonomia escolar.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente : — Vai entrar-se na

ORDEM DO DIA

O Sr. Joaquim Crisóstomo (para interrogar a Mesa}:—Desejava que V. Ex.a me informasse qual a razão por que não entra em discussão o projecto de lei re-íerente aos tabacos.

O Sr. Presidente: — Não entra em discussão porque ainda não chegou o Sr. Ministro das Finanças.

O Sr. Lima Alves: — Sr. Presidente: nunca se terá dito com tanta propriedade que «perdi o fio ao discurso».-

Sr. Presidente: há quási um mês que iniciei a minha interpelação ao Sr. Ministro da Agricultura. Faz um mês no dia 22, já hoje é o dia 30. Tenho ainda as notas que tomei durante a sessão e as que o Sr. Ministro da Agricultura se dignou dar-me.

E sobre essas notas que irei produzir as minhas considerações.

Já tive ocasião de responder a algumas das considerações do Sr. Ministro da Agricultura; mas como já passou tanto tempo, se V. Ex.a me dá licença e o Senado, dou como não tendo respondido ao Sr. Ministro da Agricultura, fazendo agora, para melhor orientação, uma nova exposição. Nem mesmo recapitulação será, porque bem poucas foram as considerações que fiz; apenas como que uma razão de ordem.

Tenho ainda a impressão, Sr. Presidente, de que apesar de' terem sido muitas as acusações que fiz ao decreto que é objecto da minha interpelação, porque o analisei artigo por artigo e parágrafo por parágnifo, apesar, repito, de terem sido

tantas as minhas objecções, o Sr. Ministro da Agricultura a poucas respondeu, o que me fez acreditar que as outras eram irrospondíveis, ou de tam pequeno valor que não mereceriam a atenção de S. Ex.a

Seja como for, o certo é que mesmo aquelas a que S. Ex.a respondeu, não foi de uma grande felicidade na sua defesa ao ponto que versou e assim, eu presumo ficar na situação em que realmente estava se S. Ex.a entende por bem não responder. Mesmo que respondesse julgo que 'não teria obtido maiores vantagens. '

Recordam-se V. Ex.a, Sr. Presidente, e o Senado, que o Sr. Ministro da Agricultura, tendo sido a minha interpelação anunciada sob a forma ditatorial e anti--constitucional daquele decreto, S. Ex.a como que censurou o interpelante por não ter dado à sua exposição qualquer feição técnica.

Disse S. Ex.a que era sobretudo no ponto de vista técnico que devia ser considerado aquele decreto e também me parece que o Sr, Ministro da Agricultura falou no campo moral, no qual devia ser ao mesmo tempo apreciado aquele decreto.

Logo aqui, Sr. Presidente, o Sr. Ministro da Agricultura foi de uma incoerência que se não compadece com a inteligência de S. Ex.a, com a sua situação de 'professor e de Ministro; uma incoerência emfim, completa.

A propósito da competência técnica, S. Ex.a veio negá-la ao Senado, como se pudesse justamente exigir que aqui se apreciassem os assuntos sob o aspecto técnico.

Isto é apenas uma incoerência que me permito frisar e mais nada.

Nas considerações do Sr. Ministro da Agricultura, -não vi que S. Ex.a levasse para o campo técnico o assunto, ou se o levou, não foi com aquela elevação com que eu o havia considerado.

S. Ex.a objectou:

Parece-me, Sr. Presidente, que deveria ter havido quaisquer motivos imperiosos para isso.