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Diário €ku Sessões do Senado

cão moral, construção de edifícios, pagamentos de rendas, etc.

Nesse sentido estou trabalhando, voa expedir brevemente uma circular às Câmaras municipais e saber quais as qup querem tomar conta dessa parte da administração da escola primária.

Espero que elas respondam em bastante número a dizerem o que querem.

Os resultados que obterei não sei. mas evidentemente, cada município na sua Ic-calidade tem muitos mais meios de ver D que lhe falta do que aqui o Ministro no seu gabinete, que não vê, não tem maneira de sentir as necessidades do:3 diíe-rentes municípios, e que realmente não tem tempo de tratar de milhares e milhares de escolas primárias q*ie há pela País.

Pelo que respeita a educação cívica, d s que falou o ilustre Senador, é um problema importantíssimo.

Tem-se querido resolver esse assunto, ensinando às crianças qual a Constituição, quantos Deputados há, etc. Isso é uma velharia que está posta cê parce. Já há muitos anos escrevi os métodos que são pela prática, fazendo com que as crianças ganhem a parte moral r.a sua escola por meio de lições.

É difícil introduzir este sistema, porque faltam professores, mas isso se fará; não são cousas que se façam num dia; são cousas em que estou trabalhando, e se me demorar no Ministério alguma cousa farei nesse sentido.

O orador não reviu.

O Sr. Procópio de Freitas:--Ouvi com toda a atenção as explicações dadas pelo Sr. Ministro da Instrução, e devo declarar que estou, em parte, de acordo com as considerações de S. Ex.a

É preciso, contudo, não olhar somente para a qualidade dos professores. Deve olhar-se para as duas cousas, qualidade e quantidade. A qualidade é indispensável porque não há dúvida que o professor de instrução primária tem grande responsabilidade, não só na instrução das crianças, como na sua educação, e não se tem olhado para esse assunto como se dovia. A Eepública infelizmente não tem olhado para a educação do povo da forma como devia olhar. E muito importante a qualidade do professor, mas é preciso que os

haja também em quantidade. As duas condições reunidas é que se completam.

Há freguesias na Ilha da Madeira em que só uma escola é insuficiente, não só por causa do número de crianças em idade escolar, como porque algumas delas, para poder frequentá-la, são obrigadas a longas caminhadas, resultando daí não frequentarem a escola, ou então irem para colégios particulares, onde nem sempre dão aquela educação baseada em princípios verdadeiramente democráticos que deviam dar. j

O Estado tem o dever de facilitar o mais possível a instrução do povo.

E absolutamente indispensável que os professores de instraçáo primária satisfaçam a certas condições, porque as impressões que as crianças colhem nas tenras idades ficam sempre.

Tenho dito.

O Sr. Ministro da Instrução Pública

(António Sérgio): — Sr. Presidente: o digno Senador que acabou de falar fez referência a dois pontos: um é ao problema da quantidade das escolas primárias, e outro é ao problema da educação cívica. Mas, Sr. Presidente, mais uma vez faço notar c seguinte: é conveniente aumentar a quantidade duma cousa boa, mas é nocivo aumentar a quantidade duma cousa má.

Evidentemente, se a qualidade da escola é boa, vale a pena aumentar-lhe o número. Foi isto o que eu disse, ou, pelo menos, o que quis dizer, e isso explica a razão por que me estou dedicando à questão de qualidade.

Pelo que respeita à educação republicana, i.isisto no que disse: é que essa educação cívica, democrática, se deve fazer pela, prática das praxes da vida democrática, pela autonomia escolar. Isso é útil e eficiente.