O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

8

Diiirio dax Sessões do Senado'

País, mas das glórias e das benesses cue receberam na sua viagem.

O decreto n.° 0:787 M -M N, do 10 do Maio de 1919, que estabelece este prémio diz o seguinte:

Leu.

Não me parece, Sr. Presidente, que tivessem sido satisfeitos todos os requisitos que aqui se estabelecem.

Nestas circunstâncias afigura-se-me que não é justo conceder o prémio. Demais apareceram-nos já dois sargentos de marinha que fazem parte da guarnição cio cruzador República, que comboiou os aviadores, que, durante o espaço de 8 a 10 meses, economizaram 135 contos.

Não sei se porventura alguns dos empregados da aeronáutica estarão nos mesmos casos, o se estes militares prestaram serviços — como do facto devem ter prestado— para facilitar a saída da acro 11 avo ou arranjar qualquer peça do maquinis-mo, fizeram-no no cumprimento do um dever, não foram além daciuilo que a sociedade deles podia esperar.

E mau que estabeleçamos o precedente do gratificar funcionários simplesmente por cumprirem o seu dever.

Quando cies excedam as suas obrigações, quando pratiquem actos de grandeza, de abnegação, de altruísmo, cntíio está bem que sejam galardoados, e parece-me que não ó este o caso da aviação marítima.

E preciso pois que o Sr. Ministro da Marinha explique à Câmara qual foi a acção desse pessoal para nós podermos votar com inteiro conhecimento de caust.

O Sr. Ribeiro de Melo:—Sr. Presidente: acho toda a razão ao Sr. Joaquim Crisóstomo.

A proposta de lei n.° 420. que por uma proposta ministerial atribui aos aviadores Sacadura Cabral e Gago Coutinho o prémio de 20 contos estabelecido por uma lei que dizia que ele seria concedido a quem fisesse esse raid cm 168 horas, cão me parece justa, porque eles não fizeram a travessia no prazo estabelecido.

Foi o Sr. Vítor Hugo do Azevedo Cou-tinho, então Ministro da Marinha, q no, desejando acomodar as intempéries de carácter do Sr. Sacadura Cabral resolveu conceder-lhe o prémio para sor distribuído polo pessoal da aviação marítima.

Eu ajidame recordo, Sr. Presidente, da chegada dos aviadores ao Rio do Janeiro, e de não ter, como ainda hoje, palavras elogiosas que bastassem para enaltecer os serviços prestados por eles ao País por terem concluído Osse raid.

Mas lembro-me também que estive no Brasil, e fui depois de S. Ex.ab terem feito esse raid colher as informações necessárias para saber como fora avaliado no Brasil ôsse raid.

Pois a colónia portuguesa do Brasil fcz--me tais queixas, e do tal natureza, do Sr. Sacadura Cabral, que S. Ex.a não pode voltar mais ao Brasil.

Eles, os heróicos aviadores .não tiveram no Brasil aquele entusiasmo que constou cm Portugal. Sabem porquê?

Porque a maneira incorrecta como o Sr. Sacadura Cabral se conduziu perante a colónia portuguesa, fazendo-lhe toda a espécie de desconsiderações, conduziu ao maior dos desgostos os portugueses residentes no Brasil fazendo-lhes varrer do seu espírito todo o interesso e a consideração que lhos mereciam os heróicos aviadores.

Os portugueses residentes nos Estados de S. Paulo, Pernambuco e outros, dedicaram-lhes as mais sumptuosas festas, ofereceram-lhes os mais raros presentes. S. Ex.as, e sobretudo o Sr. Sacadura Cabral, receberam essas provas do carinho o amor, com gestos tara pouco delicados, do tam pouca consideração, que levaram as outras colónias portuguesas no Brasil a julgar os presentes com que eles foram acarinhados por venda, note-se, como foram alguns deles, antes lembrasse figurarem como sendo do País, • como por exemplo na Sociedade de Geografia, como o melhor dos sentimentos da colónia portuguesa para com a aviação portuguesa.

• Não me parece, Sr. Presidente, que fosse a melhor a conduta do Sr. Sacadura Cabral no Brasil, conduta que foi de tal natureza, que, se porventura o Sr. Ministro da Marinha encarregasse S. Ex.a de numa comissão ir ao Brasil, certamente S. .h!x.a nunca lá iria. Já as mesmas palavras não posso ter ern relação ao Sr. almirante Gago Goutinho (Apoiados], que sempre procedeu com fervor patriótico.