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Sessão de 20 de fevereiro e 11 de Março de 192 í

O Orador: —Mas, Sr. Presidente, a verdade ó que nós -não podemos esquecer à forma como se apresentou na tribuna parlamentar, lugar onde nunca poderia ter ido, falando-em nome da colónia em política de conciliação, embora essa" política pudesse estar no nosso espírito. • Também merece reparos, Sr. Presidente, a forma por que o Sr. Sacadura Cabral só tem dirigido ao Sr. Ministro do Comércio e au Sr. Ministro da Marinha.

Todos nós nos lembramos como S. Ex.a se dirigiu ao Sr. Ministro do Comércio, pedindo a participação nos lucros dos selos do raid ao Rio de'Janeiro.

E mais um dos negócios escuros que tom manchado -a pureza do regime, mas o Sr. Sacadura Cabral deseja manifesta r--so hostilmente contra a República c nas cartas isso se vê, porque não ó um berói que as escreve, mas um oficial da Armada portuguesa, ao qual o Sr. Ministro da Marinha, não tom aplicado as penas devidas.

É o.aso para lembrar a'maneira como o Sr. Estêvão Águas procedeu, quando Ministro da Guerra, cm relação ao herói da Flandres, Sr. general Gomes da Costa.

Já o mesmo não foz o Sr. Ministro da Marinha, em relação ao S'1. Filomono da Câmara.

Não teve para "com o Sr. Filbmeno da Câmara, que enxovalhou o Parlamento chamando-lhe rapazio, o procedimento que teve o Sr. Ministro da Guerra, cujo nome muito me honre aqui pm declarar, o Sr. Estêvão Águas para com o Sr. general Gomes da Costa; antes ajudou o "Sr. Fílomeno da Câmara, e não o devia fazer, porque S. Ex.a, segundo as palavras que o Sr. Ministro da Marinha trouxe ao Senado, havia-so comprometido a levantar o enxovalho dirigido ao -Parlamento, e não o fez.

O Sr.. Filomeno da Câmara, apenas se desculpou, "perante q Parlamento, pelas palavras aqui proferidas pelo Sr. Ministro da Marinha.

Quando a lei se aplica por modo do funil, não pode haver respeito -nem consideração por determinadas pessoas.

Ainda tenho bem presente o ofício dirigido pelo Sr. Sacadura Cabral ao Sr. Ministro da Marinha, pedindo a sua demissão de oficial da armada, por não con-

cordar com o procedimento do Poder Executivo, visto este não ter dado satisfação à aviação marítima na parte quo lhe competia na receita dos selos comemorativos do raid.

Então também o Governo da República tinha que premiar com louvores toda a Nação Portuguesa^ porquô toda ela vibrou de entusiasmo pelo raid e acompanhou cm espírito os dois aviadores, fazendo-lhes a ovação mais extraordinária quo se tem feito a portugueses, quando do seu regresso a Portugal. ~ Mas o Sr. Ministro da Marinha, como bom camarada, aceitou- a imposição quo lho fez o Sr. Sacadura Cabral, e mandou publicar-o decreto, condecorando os oficiais e praças da armada que acompanharam os aviadores" e contribuíram para o bom êxito do raid.

Poderá o Sr. Ministro da Marinha julgar Osso seu acto muito acertado, mas o "titio o Sr. Sacadura Cabral não podo ter é o privilégio de se antepor às resoluções do Parlamento e do Poder Executivo, antecipando-se com a apresentação do requerimentos quo nada dignificam ó seu signatário.

E preciso que esses dois heróis, porque o são do facto, se conservem1 deiviro ' da alçada das leis o saibam ser os 'primeiros H dar o exemplo-do respeito pelas leis do país.

"•

Entusiasmado com o início do raia, o Parlamento votou um prémio de 20.000$ para os aviadores que levassem a cabo esse raid, mas marcou-lhes o número do horas em quo o mesmo devia ser feito.

Foi nestes termos que foi apresentada a proposta ministerial de então.

Incidentes vários, por todos conhecidos, determinaram que a viagem não se fizesse directamente e sofresse aquelas interrupções que são do conhecimento de to-"dos também.