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Sessão de & de Abril de 1924

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Repare S. Ex.a que de então para cá nada iuais se tem feito.

O Orador : — E Moçambique começa agora. Ê uin paralelo que não vem a propósito estabelecer porque os velhos países da Europa têm quási tudo feito e aqueles agora é que começam. .

É um paralelo não muito feliz, isto sem desprimor para S. Ex.a

O Sr. Herculano Galhardo:—Não pode haver desprimor da parte de S. Ex.a

O Orador: —Falo com a alma nas mãos, sem interesse nenhum, além do interesse moral.

Muitos apoiados.

S.- Ex.a chamou a esta série de medi* das de fomento girândola de foguetes.

Não concordo.

O Sr. Herculano Galhardo:-S. Ex.a

dá-me licença? Chamei girândolas de foguetes foi ao empréstimo.

O Orador: — Sr. Presidente: desejaria em poucas palavras dizer o que são os caminhos de ferro de Moçambique.

Temos o caminho de ferro de penetração de Lourenço Marques a Pretória, que foi pago^ e que hoje nos pertence inteiramente. Esse caminho de ferro ó até um título de glória para a engenharia portuguesa; foi devida a Joaquim Machado que se conseguiu fazer essa bela obra, ligando o nome do ilustre engenheiro à terra do Transvaal. Além do aproveitamento do pitoresco, onde até há quedas de água, coaseguiu o Sr. Joaquim Machado rectificar o primitivo traçado, vencendo com rara elegância o planalto africano.

Temos também o caminho de ferro de Swazilândia, que está parado em Goba até que algum Alto Comissário consiga fazer ligar esse troço, através da Swazilândia, com a rede geral da União.

Mas vamos ao caminho de ferro que há-de ligar Lourenço Marques a Inham-bane e que está parado na margem direita do Incomati, em Chinavane.

Este caminho de ferro está próspero, quanto o pode estar assim incompleto, está dando grandes receitas, não direi directas, mas indirectas, porque tem desenvolvido enóruiemente as regiões que

ficam no extremo do distrito, apesar da cara exploração por camiões até Chinavane.

Esse caminho de ferro, de que há apenas dois troços nos extremos, carece de ser imediatamente levado a cabo.

Passemos om claro o caminho de ferro da Beira, porque este está entregue, infelizmente, a urna companhia estrangeira e serve o território de uma companhia privilegiada.

Vamos ao caminho do ferro de Queli-mane. Esse caminho de ferro destinado a ligar mais tarde a velha baixa Zambézia com o seu riquíssimo Idnterland, foi começado com receitas próprias que para isso foram criadas, mas que não chegam para um avanço rápido, como ó hoje mester em matéria de caminhos de ferro.

Pelas forças do orçamento da Provínr cia só tarde, demasiado tarde, veremos concluído tam útil empreendimento.

Por último vamos ao caminho de ferro do Moçambique que corta a meio o respectivo distrito.

Vai ficar em- comunicação com a região dos lagos e de um lado e do outro desenvolvem-se as mais belas florestas.

É uma esperança esse caminho de ferro, o mais prometedor da Província sob o ponto de vista da exploração florestal e, de um modo geral, do desenvolvimento da riqueza agrícola, com receitas certas, elevadas, nos direitos aduaneiros de exportação.

O caminho de ferro da Beira pertence a uma companhia estrangeira o que ó pena; está destinado a um grande futuro, pela sua ligação com o transzambeziano. E nem sequer falo do projectado caminho de ferro de Tete, não incluído no plano geral urgente (k que estamos tratando.

A respeito das obras do porto de Lourenço Marques, tem-se de completar a terceira secção das obras do porto.

Acerca dessas obras, bom ó defender a administração portuguesa que fez desse porto o primeiro da África do Sul, que honra a engenharia portuguesa, que íez em cinco anos o que muitos pensavam que levaria trinta anos a fazer.