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Sessão de 11 de Abril de 1924

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£0 que é que poderia dnr o vale de Limpopo ?

Cana de açúcar? Oleaginosas? Algo-•dao?

Oleaginosas, não, porque não se dão lá.

Ficaremos, pois, reduzidos à cana e, possivelmente, ao algodão.

O Sr. Bulhão Pato :—Poderia dar algodão, sisal, tabaco, cereais e cana.

O Orador:—Eu comecei-por excluir as oleaginosas.

O Sr. Ministro das Colónias (Mariano Martins): — As oleaginosas são sempre consideradas produtos pobres.

.0 Orador:—Mas> pregunto: ^havendo na província de Moçambique regiões onde se pode obter a cana de açúcar em quantidade enorme, seria necessário gastar para irrigação um milhão de libras?

O Sr. João de Azevedo Coutinho (interrompendo):—Mas é necessário, gastar. V. Ex.a não ignora que se tem gasto imenso com irrigações. .

O Orador: — Mas não se têm gasto nem gastará, as somas enormes, de que seria necessário dispor para iniciar apenas a cultura do vale do Limpopo.

O Sr. Presidente:'—Gomo há alguns Srs., Senadores que pediram a palavra para antes de se encerrar a sessão e como são horas de a encerrar, V. Ex.a fica com a palavra reservada. .

Autos de se encerrar a sessão

O Sr. Herculano Galhardo:—Sr. Presidente : eu pedia a V. Ex.a a fineza de me informar se há alguma cousa de positivo com .relação ao Diário do Senado, que continua sendo publicado com enorme atraso, isto com prejuízo para todos nós.

Cheguei a ter a esperança de que o problema se resolvesse, mas estamos cansados de esperar e não conseguimos nada.

O Sr. Presidente:—Como a publicação do Diário das Sessões andasse-atrasadíssima, chegou-se a consultar uma entidade particular para publicar as sessões com

urgência, mas o preço que ela levava era tam exorbitante que não houve outro remédio senão pôr de parte essa idea. No emtanto ainda nos resta uma esperança, visto ter passado aqui há dias um projecto abrindo um crédito para pagamento de empreitadas a fim de pôr em dia o I)iário das Sessões,

O Orador: — Agradeço a informação de V. Ex.a e espero que V. Ex.a empregará todos os esforços para que este assunto se resolva, porque nós não podemos estar à espera da Imprensa.

O Sr. Alfredo Portugal:—Há já bastante tempo que pedi a palavra para quando se achasse presente o Sr. Ministro da Agricultura. S. Éx.a ainda não se dignou comparecer nesta. Câmara desde que entrou para este Ministério, a não ser quando da apresentação do Govôrno.

Desejava falar com S. Ex.a a propósito de uma notícia dos jornais em que se diz que o Governo, em conselho com o Comissário dos Abastecimentos, tinha deliberado publicar um decreto acerca de lucros excessivos. jCreio que é isto; mais palavra menos palavra, pois a idea era essa!....

Sr, Presidente: sabe V4 Ex.a. e a Câmara que dois decretos foram publicados, referindo-me aos mais importantes a propósito de lucros ilícitos, ou sejam: o decreto n.° 8:444, de 21 de Outubro de 1922, e o 8:724, de 21 de Março de 1923, que não resolveram a situação, nem sofrearam a ganância excessiva dos produtores, comerciantes, industriais e intermediários, que continuam tripudiando sobre a miséria do país, para agora se pensar novamente num decreto sobre o. mesmo assunto.

Não é assim, Sr, Presidente, que o Governo deve procurar melhorar a situação actual. É preciso que ele a enfrente como deve, sem tibiezas, nem esmorecimentos, com coragem e boa vontade de ser útil à maioria do/país.