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Sessão d* 7 de Maio de 1924

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dentro dessas bas.es, tratasse de negociar o empréstimo.- • ,

Todos estamos numa situação de crise, ein que todo o nosso cuidado deve. ser o de garantir de um possível assalto à província de Moçambique que tem a seu lado ambições desmedidas.- f. .

Tive conhecimento de que esta operação foi negociada justamente para evitar a pressão .da África- do Sul, fornecendo à província todos os recursos essenciais para ela poder melhor, falar e bater o pé à África do Sul.

Mas não nos iludamos. Nós somos pe° queiios. • . .

A África do Sul é um bom domínio dos ingleses e, numa possível dificuldade .de intorpretação do contrato, a Inglaterra seria favorável à África do Sul.

Sabemos bem que não pode a província, manter-se inactiva, com grandes recursos disponíveis.

Mas tem de se acautelar o futuro da província e não queiramos nós tudo para ficarmos sem nada.

A nossa história está cortada de incidentes em que o nosso orgulho foi ferido.

• Somos- um país grande pelo nosso esforço, mas pequeno .em tamanho. .

Por isso o meu sentimento -patriótico vibra perante esta dificuldade.

£ Porventura a província tem necessidade de comprometer o seu futuro, to^ mando um compromisso tremendo?

Esse projecto de contrato acho -sob o ponto de vista político perigoso, sob o ponto de vista financeiro absolutamente vexatório, sob o ponto de vista jurídico, examinadas todas as snas bases, cheio de fáceis enredos e interpretações capciosas.

• £ Que pretende o Sr. Herculano Galhardo? s Pretende deminuir a soma do empréstimo.

Pretende, nem mais, nem menos do que conseguir uma situação intermédia.

Não podemos abster-nos da circunstância, que é verdadeira como creio, que as negociações com a Inglaterra e casa Amstrong para esse empréstimo a cifra que se estabeleceu foi de 5 milhões do libras, assim sem desejo nenhum da parto do Sr. Artur Costa, nós íamos ficar 'den-tro desse contrato, sem necessidade em que podíamos ter complicações de futuro •porque o Parlamento facilmente se deixa

levar.para qualquer lado', sem muitas vezes ter um vislumbre,do caminho que segue. . - ., ,

Condeno a proposta do Sr. Artur Costa, porque tenho- a certeza, que .vamos cair nesse tal contrato que os. jornais por várias vezes têm falado. ..-

O Sr. Artur Costa (á/Mráe):—Não sei se V. Ex.a conhece qualquer contrato, o que lhe posso assegurar é que não o conheço nem isso me interessa.

Não queira S. Ex.a supor que desejo, com a minha emenda, tornar mais viável 6sse projecto. • • .

O Orador: — S. Ex.a não o interessa, mas as suas fórmulas traiein completa-mente o seu pensamento e as suas intenções. - - - • • •

O Sr. Artur Costa (aparte):—Não sei porquê!

O Orador:—-É que V. Ex.a arranjando esse intermédio, vamos cair neste perigo que é mantermos o empréstimo de 5 milhões de libras até por séries de 2 milhões e meio, e assim .vamos cair nesse projecto que V. Ex.a não conhece, mas eu conheço.

O Sr. Artur Costa (aparte): — Não me interessa o que dizem os jornais, o que eu disse é que se arranjasse o melhor possível para a província, n2o mo interessando que seja, ou não por séries. O que desejo é que se arranjo dinheiro em boas condições para as suas necessidades.

S. Ex.a, pela sua situação política, pode não confiar nas pessoas que estão tratando deste caso; eu, porém, tenho obrigação de confiar, porque conheço as pessoas.

O Sr. Querubim Guimarães:—Sr. Presidente s. - vencido ó Sr. Artur Costa naquela célebre questão do confiança a que muito bem respondeu o Sr. Herculano Galhardo.