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Diário das Sessões cto Senado

rito. a minha reflexão, e a minha prudência me sugerirem, precaver os atentados contra a nossa soberania e a da província.

O argumento do Sr. Artur Co ata de que é preciso pagar imediatamente 900:000 libras, é contraproducente, porque quem arranjar o dinheiro pode utilizá-lo como entender.

Sr. Presidente: é para nos acautelarmos desta possibilidade de nos comprometermos de futuro a ficar com encargos superiores aos meios da província, que acho preferível o critério do Sr. Her-culano Galhardo, que parte do certo, do presente, da realidade, ao passo que os outros partem do futuro, do imprevisto.

O Sr. Artur Gosta (interrompendo}-.— Parto também do certo porque a 2.a série do empréstimo não se pode levantar sem haver recursos no Orçamento.

O Orador:—Perfeitamente. Mas o que nós precisamos de saber é se porventura na 1.* série vamos por qualquer modo prejudicar uma situação que vá evitar a possibilidade dessa 2.a série do empréstimo.

A situação em que nos encontramos discutindo é perfeitamente estarmois no vácuo, estamos a discutir sem bases porque, perante o que aqui está, do que foi aprovado e do que se vai aprovar, nada se pode fazer, ao passo que, se tivéssemos a faculdade, pela lei, de examinai* o projecto em todos os seus pormenores podíamos errar mas tínhamos a consciência do que fazíamos.

Sr. Presidente: teria muitas outras considerações a manifestar, mas não o posso fazer porque mo impede o Kegimento. O que posso, porém, fazer, e faço-o bem alto, é dizer que se devem necessariamente, fundamentalmente, pagar todas as combinações que se hajam feito até agora.

Era necessário que se partisse da proposta para o empréstimo e não ao contrário.

Ouvi o Sr. Bulhão Pato e o Sr. Azevedo Coutinho. Este senhor não é ainda um colonial de futuro é possível que o seja. O Sr. Bulhão Pato viveu muito tempo na província. Fez aqui uma dissertação muito interessante que ouvi com muito agrado, mus que não me convenceu.

Diz S. Ex.a que é preciso valorizar a província,

A construção dos caminhos de ferro vem como uma consequência de haver mercadorias a transportar.

Acharia muito melhor que se marchasse por étapes e se fossem fazendo as obras que sucessivamente se impusessem.

Não quero cansar mais a Gamara.

Lamento por último não ter assistido às outras sessões para poder emitir mais largamente íi minha opinião.

Tenho na minha frente um jornal de Lou-renço Marques que reclama contra a realização do empréstimo que, diz, irá arruinar a província. São pessoas que conhecem a situação económica e financeira da província que fazem esta afirmação.

Ao mesmo tempo, não é mau acentuar também que, quando se faziam as negociações em Londres para este empréstimo, um jornal proclamava a necessidade que há de abrir as portas à intervenção dos capitais estrangeiros.

Oxalá que me engane nas minhas previsões, e com a realização deste empréstimo se não vá criar para Moçambique uma .situação difícil de q-iie não possamos sair.

Bem sei que o capital português é escasso, mas tenho muito receio de ir buscar capitais estrangeiros para esta operação.

O assunto está discutido. Não me convenceram os argumentos do Sr. Azevedo Coutinho e do Sr. Bulhão Pato.

Entendo que, limitando-se o quantitativo do empréstimo, conforme indicou o Sr. Hercalano Galhardo, se faz uma obra melhor, mais segura e prudente.

O orador não reviu.

i Posto à votação o voto da Secção relativamente ao artigo 2.°, é aprovado.

O Sr. Bulhão Pato:—Não venho trazer argumentos novos à discussão, mas não posso ficar eiu silêncio depois de algumas referências do Sr. Herculano Galhardo.

S. Ex.a chamou-me idealista. Talvez assim seja. É possível que por eu ser idealista chegasse pobre a esta idade.