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Cessão de B de Junho de ÍÔÈ4

O Sr. Pereira Osório: —,? Quando do empréstimo do Sr. Vitorino Guimarães V. Ex.a combateu-o?

O Orador: — A resposta ao aparte do Sr. Pereira Osório está dada pelo próprio parecer assinado por mim.

Leia-o e verá que não defendi a proposta.

A.ssim, poupo à Câmara alguns minutos de uma exposição que era fatigante e inconveniente.

Não combati, não combato, nem combaterei melhoriaSvde situação; o que posso é combater a forma como se fazem essas melhorias.

Defendi a lei n.° 1:355, que tratava de melhorar os ferroviários, mas combati o artigo 25.° porque eram os Poderes Públicos os primeiros a concorrer para a desvalorização da moeda nacional.

Se V. Ex.a quiser aprovar esta proposta, com o artigo 1.° redigido desta forma, eu combato-a, porque nós não podemos ir colocar os proprietários rústicos em situação diferente daquela em que se estão colocando os proprietários urbanos.

Assim vamos dar aos proprietários dos prédios rústicos uma situação dê privilégio. Adopte se um coeficiente de 8, 7, 5 ou o que.V. Ex.a quiser, e a isso nada terei que dizer.

Eu não posso acompanhar V. Ex.a na sua atitude, porque não quero que em Portugal se siga a política financeira da Alemanha, que poderá ser muito boa para ela, mas que era ruinosa para nós. Essa teoria não é para empregar em Portugal, porque não temos a capacidade de produzir que tem a Alemanha.

Portanto, Sr. Presidente, nós temos de adoptar uma doutrina diferente e tem de ser cautelosa.

O Sr. Pereira Osório (aparte) — Não nos convence.

O Or_ador:— Quando nós falamos é porque estamos convencidos, ou então queremos enganar os outros. Eu não falo quando suponho que não tenho razão; mas, quando suponho que a tenho, falo. Creio que não há mal nenhum nisso. A minha opinião não resultou só da leitura, resultou também de ter ouvido os gran-

des mestres economistas da Conferência Inter Parlamentar, quê muita gente julga que nãtf presta para nada.

Efectivamente, tenho ouvido esses grandes mestres, e as doutrinas que eles sustentam procurei trazê Ias para Portugal. Se o país não quiser considerar como bons os resultados averiguados, será ou porque o portador é mau ou porque a doutrina não presta. A culpa não é minha.

Trocam-se apartes entre o orador e o Sr. Pereira Osório.

O Sr. Pereira Osório (aparte):—V. Ex.a dá-me licença?

Declaro pela minha honra que não possuo em Portugal um palmo de terra, que não tenho nenhum prédio urbano ou rústico, que não pertenço a nenhuma companhia que possua propriedades. Por conseguinte não me move o interesse pessoal nesta questão.

O Orador: — Veja V. Ex.a se tento ou não razão para dizer que não me percebe. Ku também declaro que não estou filiado em nenhum cowolot, que não desejo demolir a propriedade e ,que não desejo praticar outros crimes semelhantes, por virtude de ter uma doutrina contrária à de V. Ex.a

Esta declaração creio ser tam precisa como a declaração feita pelo Sr. Pereira Osório.

Concordo que devemos colocar os proprietários dos prédios rústicos nas mesmas condições em que colocámos os proprietários dos prédios urbanos, isto é, adoptando-se coeficientes e nunca substi-tituindo a moeda corrente por ouro, que outra cousa não era substituí-la pelo pagamento em géneros.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Lima Alves: — Não sou dos que mais faltam às sessões, mas tive a infelicidade de faltar quando se iniciou este debate. Tive, contudo, o prazer de ainda ouvir alguns dos Srs. Senadores.

Eu declaro que sou partidário das doutrinas defendidas pelo Sr. Pereira Osório, e contra as do Sr. Herculano Galhardo.