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Diário tia» Senõei ao 'Senado

assunto, declara que, oxtinguindo-se os armazéns reguladores, podia levantar-se contra ele uma grande campanha, visto que eles foram montados para beneficiar o povo, que seria prejudicado com a sua suspensão; mais. disse o Sr. Ministro da Agricultura não conhecer pessoa alguma para desempenhar as funções de comissário.

Há cerca de dois anos, quando foi discutida a lei cerealífera da autoria do Sr. Ernesto Navarro, foram suprimidos todos os comissariados" do pais, excepto o de Lisboa, e eu nessa ocasião ponderei a S. Ex.a que não havia motivo algum para se abrir uma excepção; mas o Sr,. Ernesto Navarro declarou que era conveniente conservar, embora transitoriamente, o de Lisboa, para intervir em quaisquer dúvidas que se suscitassem no período transitório contra o regime existente e o regime futuro.

Desapareceu, por consequência, essa causa.

Hoje a questão da moagem e panificação já não oferece dúvidas a ninguém; por maiores que sejam os esforços dos Srs, Ministros para alcançar bom pão para a população de Lisboa todos caem perante a moagem.

Só há uma solução: é entregar à moagem de Lisboa o fornecimento do pão e deixá-la à vontade; é claro, assumindo as responsabilidades que daí lhe advierem, porque me parece que não será necessário intervir a polícia nem os fiscais no sentido de evitar o abuso, visto a moa-,gem, perfeitamente à vontade, vir a irritar a opinião pública ao extremo de essa opinião ter de intervir e actuar, não no sentido benévolo e transigente que nós observamos, mas com energia, proclamando a conveniência e a necessidade de a moagem ser expropriada, sendo a função do fornecimento do pão confiada a uma entidade estrangeira, porque, muito embora pareça à primeira vista que esta doutrina é falta de patriotismo, a verdade é que me parece não temos outra solução para o problema do pão.

É necessário fazer-se uma concess.lo do fornecimento do pão "a uma entidade que, ao mesmo tempo que possa fazer esse serviço, possa assumir a responsabilidade que dele lhe advier.

Será talvez uma doutrina especial, mas

o que é certo é que todas as tentativas que se têm í eito têin sido nulas dentro dar forças e elementos de que dispomos'; não há modo de fornecer pão capuz à cidade de Lisboa.

Temos, portanto, de recorrer a uma solução nova, que só depois de experimentada se pode ver se dá ou não resultado. No regime em que vivemos há dois' tipos de pão: um de primeira qualidade e outro de segunda; este de péssima qualidade, intragável, de forma que as pessoas doentes, que dispõem dalguns escudos, não o compram, restando-lhes simplesmente recorrer ao pão de primeira, cujo preço é tam elevado que o tornam quási inacessível à bolsa daqueles que não disponham de grandes meios de fortuna.

Apoiados.

Ainda há pouco o Sr. Ministro da Agricultura, propondo-se resolver este assunto, determinou que todos os produtores de trigo o dessem ao manifesto, e no caso de não o fazerem a autoridade competente poderia requisitá-lo e apreendê-lo.

Pregunto eu: £ qual é a orientação do Governo nesta matéria?

No meu entender, o que se devia era autorizar a importação imediata da farinha, desde que o lavrador se retrai.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro de Castro): — Sr. Presidente : pedi a palavra para comunicar ao 'Senado os factos que ocorreram com os aviadores.

Seguidamente à sessão de ontem da Câmara dos Deputados alguns aviadores pretenderam levar à sublevação algumas unidades, ligando-as no seu movimento de indisciplina. Fizeram-lhes expedir um telefonema que passo a ler:

«Da Amadora.— O Sr. director da,Ae-ronáutica Militar encarregou-me de comunicar a V. Ex.a o seguinte: