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Sessão de 11 e 13 de Junho de 1924

Também se não encontra o Sr. Ministro das Colónias, a quem desejaria pre-guntar se S. Ex.a está ou não disposto a fazer entrar nos eixos o Banco Nacional Ultramarino; se S. Ex.a, como representante dum Governo republicano, está ou não resolvido a pôr um basta a este regime que é governado financeiramente pelos Srs. Ulrichs.

Queria preguntar-lhe se as notas das nossas colónias continuam sujeitas àquele prémio que ilegalmente o Banco Nacional Ultramarino tem atribuído a todas as transacções e remessas de dinheiro para o continente, prejudicando com isto a economia nacional e um sem número de famílias, que são subsidiadas pelos seus parentes, residentes em regiões africanas.

O Banco, Sr. Presidente, continua a tripudiar sobre a vontade do Governo e sobre os desejos duma Câmara como o Senado, no sentido de levar o Sr. Ministro das Colónias a obrigá-lo a entrar no regime da lei e e da ordem.

Sr. Presidente: o Sr. Mariano Martins é, efectivamente, um Ministro das Colónias ainda iuspirado por aquelas ideas republicanas que lhe reconheci sempre. Por isso é preciso que S. Ex.a faça com que o Banco Nacional Ultramarino respeite os seus contratos.,

Sr. Presidente: representantes das colónias há nesta casa que podem com mais brilho do que eu analisar esta situação, e, estudando-a, apresentar uma moção para que o Sr. Ministro das Colónias seja convidado a proceder no que respeita à troca de notas do ultramar por notas da metrópole.

S. Ex.as dirão da sua justiça na ocasião oportuna. O repto fica lançado e não é só o meu, mas é também o de muitas pessoas que estão cansadas de reclamar, chegando quási a atingir um vexame o facto de não serem atendidas por quem de direito. A minha voz só podia encontrar eco no Senado, se fosse seguida da dos representantes das nossas colónias, que devem conhecer de sobra assuntos de tam alta monta e importância. Poderá parecer à primeira vista que esses assuntos não atingem de modo algum a economia nacional, mas não é assim.

Há um jornal que se publica em Lisboa, O Libertador, que sob a epígrafe «O Banco Ultramarino», publicou um ar-

tigo de protesto contra o que se está passando.

Mas, Sr. Presidente, não é preciso possuir-se uma grande ilustração para se saber o que fazem os bancos, banquinhos e banquetas.

Não me movem interesses reservados contra os bancos, nem mesmo a respeito daqueles que têm por dever trabalhar em colaboração com o Governo.

Mas vemos o Banco Nacional Ultramarino, como o Banco de Portugal, serem covis de gente hostil ao regime. Esses bancos estão pejados de adversários e reconhecidos inimigos das instituições republicanas. Apesar de serem sustentados pelo Estado Eepublicano e protegidos pela administração republicana, sem dúvida nenhuma ainda mais, do que no tempo da monarquia, os seus dirigentes foram os que, tanto em Portugal como nó estrangeiro, mais se revoltaram contra as instituições republicanas. E não há no Ministério das Colónias um representante destas que possa salientar tal facto e dizer ao Sr. Ministro que os interesses das colónias e os da metrópole estão muito mal acautelados por esses dois bancos emissores, porque eles não representam mais que dois inimigos do regime republicano. Os funcionários que servem esses dois bancos não são,' na sua maioria, republicanos ; são indivíduos que praticaram o crime de alta traição à República e que se armaram em país estrangeiro, revoltando-se contra as instituições, fazendo incursões, etc» E são esses bancos emis-res, os maiores potentados das finanças, que estão no propósito de tornar cada vez pior a situação miserável em que se debatem a Pátria e a República!

Tenho dito.

O orador não reviu..

O Sr. Presidente: — Não está mais ninguém inscrito para antes da ordem do dia.

Vai entrar-se na ordem do dia.

.ORDEM 1)0 DIA