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Sessão de 24 de Junho de 19%4

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onde a escola funciona; as oficinas de artes gráficas estão instaladas num pátio interior; os lavores femininos num verdadeiro sótão.

Tivemos ocasião de visitar recentemente o edifício, a fim de possuirmos dados seguros para esclarecer a Câmara e só nos admirou a boa vontade, a magnífica tenacidade do seu ilustre director, a dedicação dos professores e a intuição dos alunos, permitindo a cooperação de todos conseguireni-se bons resultados para o ensino realizado em péssimas condições materiais,

É que, docentes o discentes, dispõem duma exemplar têmpera, têm interesse pela instrução, compreendem e sentem as suas vantagens.

Mas, cumpre-nos não deixar permanecer tal situação, que ainda mais atrofia a raça.

Aulas onde chovo e de cubagem deficiente ; oficinas sem luz o apertadas, não consentindo uma aprendizagem metódica e com o necessário desenvolvimento, constituem um perigo para a saúde da nossa mocidade e não permitem que a Escola Industrial Infante D. Henrique alcance o desenvolvimento a que pode aspirar pela dedicação de todos, que a constN tuem,

«O ensino industrial sem oficina, disse muito judiciosamente o legislador de 1891, é pura fantasia bem provadamente reconhecida como dispendiosa».

Criemos, pois, as instalações que assegurem Q indispensável ensino oficinal.

jAinda do edifício acanhado, que actualmente possui, é obrigada a compartilhar a Escola Prepanitórja Mousinho da Silveira !

A cidade do Porto, cidade progressiva, industrial e comercial, foco de energias e berço dos mais nobres ideais, deseja que a Escola Industrial Infante D. Henrique seja modelar.

As classes, que mandam os seus filhos frequentar essa escola, abstraindo já dos velhos preconceitos, querem que a instrução transforme essas crianças em autênticos valores sociais, ou como diz a ilustre comissão de aperfeiçoamento do ensino, a que pertencem dois considerados industriais ? um mestre de oficina (os três es-

tranhos à Escola), o director e um professor :

«Não basta o patriotismo do sentimento; é necessário o patriotismo de acç$o, mas de acção fecunda, útil, o que só se consegue com o ensino profissional desde o grau mais elementar, ao grau mais elevado».

Os operários, que desejem aperfeiçoar--se nos seus mesteres poderão adquirir uma educação muito útil à estabilidade social que ambicionamos.

Logo em L885, quando há 38 anos a antiga Escola de Desenho Industrial, em Vilar, abriu pela primeira vez as suas aulas, quiseram matricular-se 555 alunos, quando a lotação só permitia 160.

Alargou-se a JEscola, que pela organi* zaçâo de 1891 passou a categoria de És* cola Industrial completa, e onde nos últimos (.-inço anos se matricularam efectivamente 3:144 alunos, ou seja uma média de 629 alunos em cada ano lectivo.

Tem o ilustre director da Escola, e a comissão do aperfeiçoamento do ensino um plano 'integral do aprendizagem e aperfeiçoamento, compreendendo os cursos seguintes:

A) Aprendizagem:

1) Curso preliminar (até treze anos),

2) Curso geral, de quatro anos.

3) Cursos complementares, de dois anos, das seguintes especialidades;

a) Carpintaria de moldes;

ô) Marcenaria;

c) Condutores de máquinas terrestres e marítimas;

d Desenhadores industriais;

e] Ourivesaria e cjnzelagem;

/ Práticos electricistas ;

g) Químicos auxiliares;

Á) Serralharia mecânica;

i) Tipógrafos compositores;

j) Tipógrafos impressores ;

l) Condutores de máquinas tipográficas J

m) Estereotipia e galvanoplastia;

n) Encadernadores;

o) Cursos de educação feminina., ejjj quatro secções.

B) Aperfeiçoamento: