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Sessão de 24 de Junho de 1924

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conseguindo novas dotações e hoje esse edifício está quási concluído.

Ora se não é possível fazer-se uma previsão exacta, tanto faz pôr aqui 600.000$, como 1:000.000$, como 1:500.000$.

Por conseguinte votemos este projecto, porque já significa alguma cousa. Dignifica que o Estado assiste a instituições desta natureza, que são de utilidade pública. Depois ir-se há pensando na maneira de se pedir novas autorizações.

Eu acredito que não ó possível vivermos sempre neste desequilíbrio. Tenho fé que uma melhoria há-de chegar.

Ainda não se encontrou a fórmula de estabelecer o equilíbrio no nosso meio. Eu julgo contudo que não há-de ser de uma dificuldade extrema. A questão está em se encontrar a fórmula. Se não houvesse riqueza pública talvez que essa fórmula fosse impossível de se achar.

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Vemos que em todas as manifestações da vida social portuguesa se revela a existência duma riqueza enorme particular que afronta a pobreza do Estado, e por isso repito: o que falta é encontrar a fórmula de ir buscar, com justiça, àquela riqueza as receitas de que o Estado carece, sendo obrigação de todos nós contribuirmos para que essa fórmula se encontre.

O Sr. Oriol Pena : — Sr. Presidente: salvo o devido respeito pelo autor deste projecto, que não sei quem ó, e no meu humilde entender, isto é um projecto que terá pés mas não tem cabeça.

Os pés são 600.000$; a cabeça não se sabe o que é.

Ocorre perguntar se V. Ex.as fazem bem a idea do que sejam 600.000$.

Eu digo: não chegam a ser 4:000 libras. Não valem 18 contos dos antigos. Deve andar à roda de 15 a 16 contos.

Se há alguém a quem passasse pela cabeça- que se poderiam construir estes barracões por 18 contos, melhor seria passar-lhe desde já guia para Bilhafoles e não pensar mais no caso.

Aparentemente, 600 contos é alguma cousa, mas para isto não chega.

Tem absolutamente razão o Sr. Ferreira de Simas no que diz ser o parecer da comissão.

Isto é deitar dinheiro à rua, pura e simplesmente.

Eu conheço a Escola do Infante D. Henrique e sei que está num edifício alugado e cujos locais são absolutamente insuficientes. As suas instalações precisam ser alargadas, mas não é com 600 contos que isso se faz.

Ir-se começar a construção de vários barracões com o capital que não chega para se concluir um, é uma má obra.

O Sr. Ferreira de Simas (interrompendo):— Não são barracões, são pavilhões.

O Orador: — Mais me ajuda V. Ex.a Pavilhões, por simples que sejam, hão-de custar mais caros do que os barracões a quo me referi.

Barracão é o melhor liceu que temos, o Liceu de Camões.

Pela sua singeleza é o que deve ser uma escola e mais não precisa ser num país pobre e de finanças avariadas como o nosso.

Não Vai nas minhas palavras nenhuma censura, nem para o arquitecto nem à iniciativa da sua construção, que é ainda um grande serviço que se deve ao Sr. conselheiro João Franco.

Conheci esse local antes da construção, no tempo em que se chamava a Horta das Tripas.

Esta construção, apesar dos defeitos que sempre se lhe conheceram, tem no no emtanto aquele aspecto de sobriedade que deve ter a construção escolar num país pobre.

Já não sucede o mesmo com o Conservatório. Parece que estamos- a nadar em dinheiro.

600 contos da nossa moeda são apenas 15 contos ouro e não dão sequer para a construção do primeiro barracão, ou, antes, do primeiro pavilhão, como quere o Sr. Ferreira de Simas.

Não dão também para os alicerces de todos os outros pavilhões projectados.

Entendo que o serviço que está pres-1 tando a Escola do Infante D. Henrique, que tem alguns professores muito distintos, um dos quais é meu amigo íntimo, merece que se lhe dê protecção, mas dê--se-lhe protecção dama maneira eficaz e útil, prática e rápida.