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Sessão de 29 de Julho de 1924

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manter no trono a dinastia dos Bragan-ças.

Foi assito que se implantou a República.

Sr. Presidente: desejaria saber o que é que o Sr. Kodrigues Gaspar pensa a respeito deste assunto, mas concreta-mente.

É preciso que a Câmara saiba se S. Ex.a mantém ou não mantém em Londres • o Sr. Norton de Matos, a cuja pessoa me não movo, sem dúvida, nenhum qualquer ontro sentimento que não seja este legítimo direito de querer o meu País representado no estrangeiro por quem de direito.

A constituição do Ministério não obedeceu àquelas exigências de carácter nacional.

Referi-me aos colegas nossos que fazem parte do Ministério, e ao referir-me aos outros Srs. Ministros não posso deixar de cumprimentar o general Sr. Abeira da Rocha.

Bastava ter a escola dos velhos tempos, a escola de Mousinho do Albuquerque, para S. Ex.a se afirmar como uma individualidade cumpridora rigorosa dos seus deveres.

Lembro a S. Ex.a, de combinação com o Sr. Presidente do Ministério, o encarar o problema da ordem pública.

E preciso que a ordem pública nas ruas seja filha da ordem pública nos espíritos.

Temos assistido a condescendências lamentáveis da parte dos poderes públicos perante os perturbadores da ordem.

Ainda há pouco o incidente do .Parque Eduardo VII íoi um sintoma verdadeiramente desolador para os que desejam ordem.

Viu-se nesse incidente não só a morte de algumas pessoas; mas a falta de autoridade dos chefes para os subordinados e a falta de respeito dêstfis para os outros.

O problema da ordem tem muitos outros aspectos, e uma das causas que mais contribuem para a indisciplina é a a dificuldade da vida, lançando no espírito grande perturbação.

O povo no seu critério simplista atira com as responsabilidades imediatas para o Governo, que, se não as tem imediatas, tem-as indirectas, porque é assunto que já vem de longe descuidado,. e que hoje por isso mesmo chegou a certa gravidade.

Vivemos há 14 anos num regime de impunidade, que os defensores do regime não querem atender.

Tambéra é certo que a dificuldade da vida vem do agravamento cambial.

Julgou-se que o Sr. Álvaro do Castro não saísse do Governo sem melhorar o câmbio, mas o facto é que a situação piorou.

justou convencido de que o caminho há-de ser árduo para o Messias ou redentor da Pátria Portuguesa.

Mas em matéria financeira, em que nós temos entrelaçado o problema cambial e concomitantemente o problema da carestia da vida, eu não sei qual seja a orientação do Governo, porque este papelinho da declaração ministerial é muito interessante, mas nada diz. E de boa tática-isto, mas o problema é muito grave, etam grave, que já ó lugar comum dizer-se qne «a, hora é de realizações», e já é tempo de nós assistirmos à apresentação dum Ministério em que possamos ter esperanças fundadas.

Gostaria que concretamente se me respondesse a esta pregunta. O Sr. Ministro das Finanças, a quem apresento os meus cumprimentos, é um honesto administrador da Caixa Geral de Depósitos; ó pessoa por quem eu tenho muita consideração.

Mas S. Ex.a ampara-se a uma muleta. .. à muleta do Sr. Velhinho Correia. Mas tenha cuidado S. Ex.a, porque ela já tem passado por tantas transformações, que ela pode vir a ser um cajado nos ombros do contribuinte, o qual tanto há-de pagar que se há de fartar, e depois o ca- . jado cairá não nas costas do Sr. Velhinho Corroia, mas nas do Sr. Ministro das Finanças.

O Sr. Velhinho Correia ainda anda a estudar e assim é que apresenta propostas umas em cima das outras, e destruindo-se até umas às outras. Certamente que tantos planos naufragarão.