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Diária das Sessões do Senado

novas receitas, porque eu sou contribuinte e o País todo deseja saber em que caminho se vive.

Referi-me na última sessão à necessidade que há de se desenvolver o fomento nacional.

Ea sei sempre qual a resposta que os Governos dão a estes nossos desejos de que o fomento nacional se desenvolva.

•Dizem sempre, e dirão, que não há, dinheiro para isso.

Eu permito-me argumentar que muito dinheiro naveria para obras de fomento, se porventura houvesse aquele cuidado, aquela boa disposição, e aquele amor à causa Tmbliea, se se sacrificassem os interesses dos defensores da República ou clierrtçlas partidárias à causa nacional.

Tem-se esbanjado dezenas de miLhares de contos; portanto não há o direito de dizer que não há possibilidade de se realizar 400:000 contos para melhorar as estradas.

Dezenas de milhares de contos teci sido muito mal gastos, que, se fossem melhor aplicados, dariam para termos boas estradas e grandes elementos de fomento nacional.

A política até aqui seguida tem merecido acres censuras de todos e dos meus correligionários.

Não fazemos essas censuras simplesmente per estarmos no papel de oposição, mas sim porque o regime tem fornecido armas para essa oposição e censuras, censuras que ao regime têm dirigido, mais violentamente até que os monárquicos, os próprios republicanos na imprensa e nos comícios.

São eles, com a autoridade que lhes dá a sua qualidade de republicanos, que nos fornecem a nós, monárquicos, argumentos para dizermos que a administração republicana tem sido uma administração de ruína e de esbanjamento.

Se a República é capaz de modificar o seu sistema de administração, que o faça quanto antes, e eu, como bom português, felicitar-me-ia por isso.

A um outro problema se refere a declaração ministerial: é ao problema do inquilinato, que tem merecido uma atenção muito especial ao ilustre Ministro da Justiça, a quem eu apresento os meus cumprimentos e presto a minha homenagem pelo seu indiscutível valor.

O Sr. Ministro da Justiça tem sem dúvida nenhuma as qualidades e competência exigidas para desempenhar as funções da sua pasta.

S. Ex.a conhece muito bem este problema do inquilinato, mas S. Ex.a tem um vício mau: é que encara a questão por um lado que se me afigura que não será aquele que melhor conduzirá a uma situação de benefício para inquilinos e senhorios.

S. Ex.a encara a questão apenas pelo lado dos interesses dos inquilinos permi-ta-rne que lho diga.

Esta questão não se resolve com aquelas providências que se têm seguido até agora, ô que têm sido apenas simples expedientes, que, nada resolvendo, pelo contrário complicam cada vez mais esta questão, dando em resultado que a dificuldade de se encontrar alojamento é cada vez maior, porque não se deve perder de vista que o capital não tem um juro remunerador.

Portanto desde que deminui a construção, o problema, em lugar de atenuasse, mais se agrava.

Seria interessante, por exemplo —há tanto tempo que este problema do inquilinato anda na discussão em Portugal — que uma parte desse alargamento verdadeiramente extraordinário da circulação fiduciária tivesse sido aplicada à construção de casas, ou ao fornecimento de capital aos particulares.

Esta segunda parte ainda é a preferível, e vou dizer porquê.

Nós sabemos muito bem o que foi a administração dos Bairros Sociais.

Tenho muito pouca confiança na maneira como o Estado administra as suas cousas-, e tcdos nós vimos qual foi o resultado que tiveram as construções de casas baratas.

Por isso entendo que em vez do Estado ir gastar dinheiro, faria melhor emprestando capital aos particulares, como se fez na Suíça, como o Sr. Catanho de Meneses conhece.