O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

ift

Diário ãa» Sesêôe* do Seíiado

E sina minha—porque sou açoreano— acompanhar com calor e entusiasmo tudo que representa qualquer cousa de conquista e de benefício para os Açores.

Posto isto, o Sr. Machado Serpa tinha posto a questão sob o ponto de vista nacional, sem. esquecer o ponto de vista particular, concreto e individual, visto que S. Ex.a é um extrénuo defensor do distrito que tam brilhantemente representa nesta Câmara.

Mas ea apoiei S. Ex.a, não só como açoreano,, mas também porque me não esquecia de que existe com a Alemanha um tratado de comércio provisório, é certo, mas um tratado de comércio' em que à Alemanha foi concedida a situação de nação mais favorecida, se bem me recordo, e isto depois do armistício, o que prova que as relações entr"e Portugal e a Alemanha são as que acabo de apontar.

Concordo com a opinião expendida pelo Sr. Ministro do 'Comércio. Só lamento que neste momento, e dada a gravidade da situação, se fizessem afirmações desta natureza. Melhor fora o Sr. Machado Serpa não ter abordado o assunto, ou o Sr. Herculano Galhardo não ter levantado a questão.

O assunto ó grave, ou direi, mais delicado do que gravQ, e essa delicadeza fizeram-na ressaltar os Srs. Herculano Galhardo e Augusto de Vasconcelos.

As declarações feitas por esses dois ilustres Senadores e pelo Sr. Ministro do Comércio eram suficientes para que nós não devêssemos discutir este projecto de lei. E porquê? Pelos termos em que a questão foi posta, pois que, qualquer que fosse a votação desta Câmara, ela poderia parecer um agravo feito àqueles que realmente pretendem conduzir a Alemanha às obrigações a que ela deve ser levada depois de tratado de Versalhes.

Desta discussão resta apenas uma consolação, pela qual eu tenho de dirigir ao Sr. Machado Serpa as minhas felicitações. E que S. Ex.a tem o seu projecto de lei aprovado, porque a forma como foi aplaudido o critério do Sr. Machado Serpa -dá-me a convicção de que o Senado aprovará o seu projecto por unanimidade.

O Sr. Presidente: — Lembro a S. Ex.a de que lhe foi concedida a palavra sobre o modo de votar.

O Orador:—Tem V. Ex.a razão. Vou terminar dizendo que neste momento, e dadas &s explicações tam claras e tam peremptórias do Sr. Ministro do Comércio, que foram precisamente ao encontro das palavras dos Srs. Herculano Galhardo e Augusto de Vasconcelos, e que reflectem nitidamente a opinião geral do Senado, nós nem precisamos de aguardar a vinda do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, visto que a opinião do Governo está dada pelo Sr. Ministro do Comércio.

Além de que, sirva isto de consolação a todos nós, é que se as cousas se complicassem de nada serviria o termos aprovado este projecto de lei.

O orador não reviu»

O Sr. Herculano Galhardo: — Sr. Presidente: prestando a minha inteira homenagem à forma brilhante, calorosa e dedicada como os Srs. Machado Serpa e Medeiros Franco defendem os interesses do nosso querido arquipélago dos Açores— porquê se ele ó de S. Ex.a% também é nosso..„

O Sr. Medeiros Franco: — Muito bem,

muito bem.

O Orador : — ... desejo levantar uma frase que proíeriu o Sr. Medeiros Franco. Disse S. Ex.a: «Melhor fora que o Sr. Machado Serpa não tivesse feito o seu requerimento, e que o Sr. Herculano Galhardo não tivesse posto a questão nos termos em que a colocou».

Tenho pelo Sr. Ministro do Comércio, por qualquer d«s Srs. Ministros, e por todo o Governo, a mais alta consideração, mas eu não precisava de que o Governo aqui viesse declarar que achava inconveniente que se fizesse a discussão deste projecto de lei, porque, antes do Governo, é o Parlamento que representa a nação (Apoiados), e os representantes da nação têm o dever de nunca esquecer os altos interesses da sua Pátria.

Muitos apoiados.