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Sessão de 12 de Agosto de 1924

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Há pelo menos deste modo uma aparente contradição nas intenções da comissão, que eu desejava perfeitamente conhecer.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Mandei buscar o processo, e vi com mágoa que S. Ex.a tem razão. Existem dois traços a verde e a encarnado.

Não os fez a comissão administrativa; nem sei quem os fez; mandarei averiguar.

Quanto ao fazerem-se os bustos, a verba inscrita no orçamento para as despesas ordinários não chega já pelo aumento sucessivo dos artigos; daí o não se terem ainda feitos esses bustos.

Sobre as contas, todos os anos a comissão administrativa as apresenta à Câmara dos Deputados; aí são examinadas; porém o que tem acontecido é que não as têm mandado para o Senado.

Mas a comissão administrativa também não sabe o resultado desses exames.

O Sr. Querubim Guimarães: -r- Se a culpa é da Câmara dos Deputados, V. Ex.a, como presidente do Congresso e da comissão administrativa, tem o direito de conseguir que tais contas tenham o destino devido. «

O Sr. Ministro das Colónias (Bulhão Pato):—Falou S. Èx.a sobre o assunto da pesca.

No que toca ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, eu lhe comunicarei as considerações de S. Ex.a ainda hoje.

O Sr. Júlio Ribeiro: — Sr. Presidente : .não sou nem posso ser contra as missões internacionais que vão tratar de assuntos económicos financeiros ou comerciais, porque estes são de vantagem para b país, tornando a nossa terra conhecida, prestigiando-a.

Ao que eu não posso ser favorável é que, nas circuntâncias desgraçadas em que o pais vive, se esteja a esboçar uma missão artística para ir à Alemanha, como vejo no Diário de Noticias.

Convidado o nosso ministro naquela terra, Sr. Veiga Simões, pela Faculdade Eomânica da Universidade de Berlim a fazer uma conferência acerca da vida e do significado da obra de Camões, S. Ex.a

julgou-se incompetente para isso e disse que um plano mais vasto e mais belo de expansão espiritual se efectivaria, insinuando que iria de Portugal uma comissão para tratar de tão interessante assunto.

Se a situação da vida nacional fosse desafogada, nada mais brilhante e de mais valor moral do que dar a conhecer ao mundo a Bíblia Santa dos portugueses, mas escolhendo quem se devia escolher, e não os que quisessem ir.

A missão a que se referem agora será constituída por dez membros, em regra desafectos ao regime, ou sem a menor simpatia pela República.

Seria chefiada —é o que diz o jornal— pelo Sr. Dr. Eugênio de Castro, pessoa por quem tenho alta simpatia, consideração ,e admiração, um dos príncipes dos poetas portugueses, mas que sei cordeal-mente adverso às instituições.

Sendo assim, Sr. Presidente, não compreendo porque é que esta missão não devia ser chefiada por um republicano, como, por exemplo, é o Sr. Augusto Gii ou João de Barros que, quanto a mim, não são inferiores (Apoiados) e estão bem à altura de tão interessante e patriótico •ensinamento.

Dando de barato que os etcs. deste artigo não se refiram a pessoas, e que sejam só os enumerados nesse jornal, e dando de barato também que cada membro dessa missão gaste 10 libras diárias, nós temos por dia uma despesa de 15 contos, verdadeiramente incomportável com a nossa situação.

Chamo portanto a atenção do Sr. Ministro da Justiça para este facto, a fim de se dignar comunicá-lo.ao Sr. Presidente do Ministério e Ministro dos Negócios Estrangeiros, estando no entanto convencido de que se trata apenas dum balão çle ensaio e que o Governo não pensa em semelhante* cousa.

O Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos (Dr. Catanho de Meneses): — Não posso informar nem V. ,Ex.a nem o Senado sobre o que há a respeito do assunto a que V. Ex.a se referiu.

Bem pode ser, e creio que assim é, que a notícia não seja exacta.