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Sessão de 13 de Agosto de 1924

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a sim tarefa, -basta erguer três padrões: um em França onde combateram as tropas portuguesas, outro em Angola e ainda outro em Moçambique, onde também houve uma campanha contra as forças do adversário. Para o fazer, necessita aumentar os fundos de que dispõe, e para isso se elaborou" esta proposta que não traz o mais ligeiro encargo para o Tesouro, sendo o seu objectivo dar sanção oficial à emissão filatélica dos selos.

Não tem outro objectivo..

Nestas circunstâncias, peço a atenção da Câmara para a proposta.

E faço-o como combatente da Grande Ghierra e ^como Ministro do Comércio por cuja pasta, correm os assuntos postais.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. José Pontes: — Sr. Presidente: longe de mim a idea de discordar do projecto; tenho mesmo a dizer que aplaudo a idea que o-inspirou. Mas, Sr. Presidente, é preciso também que a Câmara se não esqueça dos farrapos da Grande Guerra, que andam por aí pedindo esmola. Ouço dizer, não sei se com verdade, se sem ela, que andam por aí soldados afirmando que têm fome. Por isso, peço ao Sr. Ministro do Comércio se lembre dos seus camaradas que para aí 'se arrastam sem terem com que viver.

O orador não reviu.

O Sr. Querubim Guimarães: —Sr. Presidente : pedi a p'alavra para me associar às palavras que acaba de pronunciar o Sr. José Pontes.

O projecto merece a aprovação do Senado ; mas não me parece que sejam acautelados todos os prejuízos que da guerra vieram, principalmente ao grande número de portugueses a que se referiu o Sr. José Pontes.

Sem dúvida que nós não devemos esquecer os esforços que os nossos soldados fizeram, combatendo ao lado dos aliados; mas não devemos também esquecer o pobre mutilado, aquele que ficou sem condições de vida e sem poder trabalhar.

Por isso, associando-me às palavras sinceras de S. Ex.a desejava que, da parte do Sr. Ministro 'do Comércio, fosse tomada qualquer medida no sentido de que, do produto dos selos que vão cir-

cular, alguma cousa fosse destinado aos mutilados.

Sabemos muito bem quê as circunstân-' cias do Tesouro são más; mas, Sr. Presidente, ainda há poucos dias, na Câmara dos Deputados, se ergueu um grito de protesto, que significava um apelo a todos os Deputados.

Esse grito foi contra o Eegimento daquela casa do Parlamento ; mas, no entanto, soou pelo país fora.

Não podemos e.squecer esses homens porque se sacrificaram pelo país, tornando se inúteis para ganhar a vida.

Faço votos porque a iniciativa parta do Sr. Ministro do Comércio.

Tenho dito.

O orador não reviu,

O Sr. Afonso de Lemos : — Sr. Presidente :' em meu nome e,no do meu partido associo-me também aos 'desejos do Sr. José Pontes.

Parece-me que temos uma forma prática do realizar os desejos de todos.

Há uma proposta de lei, na Câmara dos Deputados, que respeita aos mutilados.

O que devemos é pedir ao Sr. Ministro do Comércio que faça expressar na ou-tra. Câmara a aprovação deste projecto.

E mais prático de que estarmos com lamentações.'

O orador não reviu.

O Sr. Procópio de Freitas: — E-me imensamente simpática a idea que presidiu à elaboração do projecto de lei que está sendo discutido, ao qual dou o meu voto.

Não posso também deixar de apoiar as considerações dos meus ilustres colegas, acerca do estado miserável em que esses homens sacrificados da Grande Guerra andam pelas ruas de Lisboa.

É absolutamente indispensável que a esses homens seja feita justiça completa.