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Diário dat Sessões ao Senado

O Orador:—Eu bem sei que nada se vota. ,;Se assim é, para que sorve discutir '?

O Sr. Presidente:—^Entãp. se qualquer. Sr. Senador quiser apresentar uma proposta sobre este artigo, não tem esse direito ?

O Orador: —Mas para isso bastava cue fosse lido o artigo e quem quisesse mandasse as suas emendas.

Melhor fora suspender a discussão, receber na Mesa as propostas que"os Srs. Senadores quisessem enviar, e reenviar isso tudo para a Secção.

Tanto mais que tendo eu lido, embora rapidamente, a proposta do Sr. Ribeiro de Melo — tudo isto vem de termos de discutir estes assuntos de afogadilho — reconheci ser ela que contém a verdadeira doutrina»

O Sr. Presidente (interrompendo): — Se a doutrina é t>oa ou má a Secção e o Senado é que hão-de deliberar; por eniquan-to essa proposta não está em discussão.

O Orador. — <_ p='p' à='à' de='de' então='então' proposta='proposta' melo='melo' referir--me='referir--me' ribeiro='ribeiro' do='do' não='não' sr.='sr.' posso='posso'>

O Sr. Presidente: — Não pode porque ela foi admitida mas ainda nSo foi posta à discussão»

O Orador:—Está bem, Sr. Presidente. ,;Para que havemos de discutir a readmis-são de funcionários que já foram readmitidos V

Em meu entender devem.

E sabem porquê?

Porque, nas greves, a maior parte dos grevistas ó levada para esse campo por motivos alheios à sua vontade, por motivos de camaradagem, porque ninguém que está dentro duma classe tem coragem de contrariar os desejos dessa classe, qce neste caso são do interesse de todos.

Nos meus tempos de Coimbra, a «briosa» declarava a chamada parede.

Havia muitos estudantes «ursos» que não gcstavam das «paredes», para ir alardear para as aulas os seus conhecimentos; e, no omtanto, rendiam-se à evidência dos factos e não iam às aulas. Ficavam a estudar como «ursos» em casa.

<_ p='p' a='a' rompiam='rompiam' não='não' parede='parede' porque='porque'>

<_ p='p' que='que' por='por' não='não' queriam='queriam'>

Não.

Recordo-me perfeitamente que dos conflitos havidos entre o corpo discente e docente da Universidade, um se deu de carácter agudo, por um motivo de «lana-caprina», de gramática, digamos. Mas foi o bastante para que a Universidade, possuidora duma regalia de foro que não tinha outra instituição do mundo, instaurasse processo aos estudantes, metendo-os na cadeia.

Então, os estudantes publicaram vários manifestos ao país, explicando a razão que lhes assistia e, portanto, o vexame que o corpo docente lhes fazia, assinando assim: o Toda a academia assina».

Houve então um estudante que veio com uma carta para urn jornal de Lisboa, dizendo que não tinha autorizado a inclusão do seu nome entre as assinaturas do manifesto. Estava no seu direito.

Mas um dos dirigentes da academia, nome saudosíssimo, Eduardo de Abreu, entenJeu que não era bastante retirar a esse estudante a camaradagem e entendeu que devia inutilizar a sua pasta de quintanista, macuiando-a com um pingo de sangue das faces do protestante.

,;Isto dá-se só entre estudantes e rapaces? °

Não.

Os dirigentes do movimento dos Correios e Telégrafos eram, segundo ouvi di-zer, do pessoal superior.

Então parece que melhor fora estabelecer a doutrina de que os que foram coagidos à greve nada sofressem, ou que sofressem o castigo de não receberem os seus ordenados durante o tempo que não trabalharam os dirigentes dessa greve.

jVao apoiados.