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Sessão de 19 e 20 de Agosto de 1924

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Junto o meu protesto ao do moa colega monárquico, do qual decerto me encontro afastado em convicções políticas.

Não posso, pois, votar este requeri-. mento, e se houver da parte da maioria o desejo de querer abafar essa discussão, a oposição como protesto devo ausentar-se do Senado.

O orador não reviu.

O Sr. Afonso de Lemos : — Há catorze -anos que estou aqui, e vejo sempre repetir-se o mesmo.

A certa altura recebo o Senado propostas cora urgência para discutir e vê-se sempre na situação ou do não -as apreciar ou de as assinar de vez.

A responsabilidade disso não pertence ao meu partido, embora eu saiba, de longa data, que se tem sempre apontado o meu partido como responsável por isto.

O meu partido tem declarado que faz aos Governos aquela oposição patriótica que deve fazer, mas quando chega a hora dos grandes sacrifícios ele está pronto para tudo.

Declaro que dou o voto ao requerimento do Sr. Silva Barreto para ser prorrogada a sessão.

A responsabilidade fica às maiorias.

E bom que de uma vez para sempre o Senado faça ver aos Srs. Deputados que o Senado não está disposto a continuar a seguir este caminho.

O orador não reviu.

O Sr. Roberto Baptista:—Pela mesma razão por que nãov dei o meu voto ao primeiro requerimento do Sr. Silva Barreto, não posso dar também o meu voto ao segundo requerimento para que a sessão" seja prorrogada até que esta proposta de lei seja votada.

Como Senador independente não tenho a menor responsabilidade nem a menor culpa de que só no dia de hoje a proposta do lei n.° 809 seja presente ao Senado, nem também —justiça é dizê-lo— esta Câmara tem responsabilidade nisso.

Não acho razoável que seja discutida em sessão prorrogada à' última hora, e de afogadilho, uma proposta de lei que aumenta enormemente a despesa pública e trata de° várias outras cousas sobre as quais devia recair uma discussão verdadeiramente ponderada.

Não desejo colaborar nessa mistificação, por isso não dou o meu voto ao requerimento.

O orador não reviu.

O Sr. Procópio de Freitas: — Não posso deixar de protestar contra a forma como se quere arrancar ao Senado, à últimaxhora, a aprovação de uma proposta de lei taiu importante.

Não pode ser. Não podemos votar lo-viana e impensadamente.

Não posso deixar de protestar contra isto, porque nós não podemos estudar os assuntos tam desenvolvidamente como seria necessário; assuntos importantíssimos como por exemplo a lei de meios e a que se refere aos vencimentos do funcionalismo público.

Eu tenho sido assediado por uma infinidade de funcionários, todos eles pedindo-me várias cousas, que creio serem justas, porque a verdade é que o funcionalismo vive na maior miséria.

Mas Sr. Presidente é-me completam ente impossível satisfazer a esses desejos, por que eu ainda não conheço sequer a proposta aprovada na Câmara dos Srs. Deputados.

E depois o resultado é as leis saírem um verdadeiro aborto.

E preciso que, para honra da República, acabem estes processos, que só a despre-tigiam.

O Sr. OriolPena: — Sr. Presidente: estamos no fim da terceira sessão em que tenho lugar nesta casa e pela terceira vez vejo repetir esta confusão da última hora, querendo-se discutir casos importantíssimos como ôste.

Ainda ontem nós tivemos sessão prorrogada, e hoje vamos ter outra sessão prorrogada para aturar uma bicha do projectos que ninguém conhece, ignorando se--Ihes os respectivos números de ordem.

Sabemos simplesmente formarem um mace que levou dois dias, também em sessão prorrogada, a ler na Secção respectiva.

Se alguém tem legítimo direito de protestar aqui somos nós, deste lado da Câmara. *