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Diário das Sessões ao Senado

dinheiro para fazer o estudo i\ que se refere o artigo 2.°

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações, se se quiser dar ao incómodo de • mandar pedir a planta da península, do Montijo ao Ministério da Marinha, verá como tenho razão nestas minhas afirmações.

Portanto, Sr. Presidente, não tem o Governo dificuldade nenhuma em satisfazer a este artigo 2:° do projecto de lei.

Tenho dito.

O Sr. Herculano Galhardo: — Sr. Presidente : pedi a palavra para responder às considerações do Sr. Ministro do Comércio e Comunicações, e aproveito também a ocasião para responder aos outros ilustres oradores que usaram da palavra sobre este assunto.

Efectivamente, a concessão, ou, por outra, a utilização da península cio Montijo é um problema do mais alto interesse nacional, mas não é só daquele interesse imediatamente utilitário, aquele interesse chamado fomento de utilização de riqueza natural do país. Tem um alto significado de importância de carácter económico e internacional; ó uma cousa que não pode ser feita de ânimo leve, o Poder Executivo e Legislativo tem de reflectir o Atuais possível; há interesses que podem ser tnais importantes para o destino da Pátria.

Sr. Presidente: nós temos o direito de nos queixar daqueles estadistas qus não andam nem deixam andar, daqueles incapazes de fazer qualquer cousa de bom para a Nação, tomos de nos defender dessas criaturas, mas também nos devemos defender daqueles contrariamente a estes, aqueles que têm anciã de fazer qualquer cousa sem muitas vezes terem a consciência do que vão fazer.

En tenho mais receio dos úlíimos5 dos estadistas expeditos, daqueles que querem fazer muita cousa para brilhar. Desses tenho grande receio, que quando vão a querer remediar um mal já não vão a tempo.

• -Nós ternos tido dois géneros de estadistas, uns que pouco produzem e outros que produzem1 demais. Este caso de Montijo é um mal consequente dos estadistas de ânsia propriamente dita; estou convencido de que o Ministro qu® fez esta concessão a fez no intuito de prestar ura

bom serviço ao país. Portanto, não quero com isto magoar S. Ex.a Trata-se dum correligionário que, bem intencionado, julgou qno fazia um bom serviço ao país. Mas já aqui têm afirmado pessoas do alta competência que nem sequer conhecem o Montijo, o que é um grande mal, e com isto não quero referir-me a S. Ex.a o Sr. Ministro do Comércio, que sei que conhece perfeitamente o sabe qual a sua importância militar.

Mas. Sr. Presidente, a par do problema do fomento, a par do aspecto económico do problema, nós temes de encarar uni outro aspecto impo>tantíssimo, o aspecto internacional.

Calcule V. Ex.a o que seria meter nas mãos dum particular a parte do entrada no Tejo!

Este é p aspecto militar da questão. O que dissemos ao Governo' é o que consta do artigo -2.° Leu.

Este é o aspecto mais importante do problema, sob o ponto do vista económico.

É que se há local que devesse ser escolhido para terminus da rêdo do Sul e Sueste, era axactament© a península do Montijo. Tudo indicava que era nessa península que se devia estabelecer a estação da linha do Sul e Sueste.

Acusou há dias o Sr. Ministro do Comércio do serem muito limitadas as disposições deste artigo, porque não abrangiam os portos de Setúbal e do Lagos. Efectivamente quem considerar as necessidades da rede do Sul e SuBste terá de tomar em grande linha de conta os portos de Setúbal o de Lagos. Mns também ó preciso notar que se estes dois portos e o de Montijo estiverem nas mãos duma companhia particular, essa companhia, terá em seu poder as linhas do Sul e Sueste.