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Sessão de 19 e 20 de Agosto de 1924

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. Ora, só o Governo julgar conveniente mudar a estação central para o Montijo, todas as obras já efectuadas ficam inteiramente inutilizadas e por conseguinte o dinheiro nelas empregado coinpletamonte perdido.

O estabelecimento da estação central do Sul e Sueste no porto do Montijo, segundo a opinião dos técnicos e como mi° litar que sou, só se compreende construindo uma ponte que vá a Xabregas e onde se fixe a estação central testa dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste.

Nesta conformidade é que eu percebo a estação, não terminas, mas intermédia da linha férrea do Sul e Sueste.

. Eram estas as considerações que eu tencionava fazer, agradecendo ao Sr. Her-culano Galhardo as palavras que me dirigiu, referentes à minha competência sobre o assunto.

Antes de terminar, quero afirmar à Câmara que qualquer que seja a proposta que às minhas mãos chegue, pedindo a concessão do porto de Montijo, ela será devidamente estudada, como é próprio do meu feitio e do meu carácter, e que, como Ministro da Eepública, procurarei, por todas as formas, acautelar os interesses do Estado.

E se eu trouxer ao Parlamento qualquer proposta de lei para ser feita essa obra, ou por meio duma concessão, ou por administração directa — e devo confessar, com toda a sinceridade, que eu julgo que só por uma concessão se poderá realizar essa importante obra, porque eu sei os gravíssimos inconvenientes que tem a administração directa, tendo em vista o que são os Caminhos de Ferro do Minho e Douro, que representam uma prometedora esperança para o nosso país, e o que são os Caminhos de Ferro do Sul e Sueste, cujo aspecto é absolutamente desolador —repito, se eu trouxer ao Parlamento alguma proposta de lei para a concessão do porto de Montijo, a fim de se realizar esse grande empreendimento, eu posso garantir que tal proposta de concessão será cuidadosamente estudada no sentido de acautelar os legítimos interesses do Estado. - Agradeço ao Sr0 Procópio de Freitas as informações que me deu e posso dizer a S. Ex.a que vou mandar estudar- a utilização do porto de Montijo.

Asseguro a S. Ex.a que não tenho impressão reservada acerca deste assunto. Estou absolutamente livre de qualquer orientação,' a não ser aquela que o Senado acaba de dar. Prometo seguir essa orientação. Mandarei, repito, realizar esses estudos e, se do seu resultado for necessário trazer aqui alguma proposta do lei sobre a concessão do porto'do Montijo, não terei dúvida em o fazer.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ribeiro de Melo: — Sr. Presidente: para poupar a minha. garganta que está cansada, as considerações que eu tinha a fazer acerca do artigo 2.° do projecto de lei n.° 378 serão feitas num tom de voz que não permite à Câmara ouvir-me convenientemente.

Mas, Sr. Presidente, ó preciso corresponder às invectivas que recebi...

O Sr. Machado de Serpa: — Não de mim.

O Orador: — Não me estou referindo a V. Ex.a

Sr. Presidente: os preâmbulos que se me oferece fazer acerca do projecto que está em discussão seriam naturalmente interessantes, se porventura o Senado estivesse interessado em discutir esto projecto como devia ser, de modo a corros-ponder aos intuitos do Sr. Ministro do Comércio.

S. Ex.a fez afirmações que calaram no espírito da Câmara.

Tenho a certeza de que S. Ex.a há-de continuar nas cadeiras onde hoje se senta e que os interesses do Estado não-de ser devidamente acautelados.

Porque é preciso estar na pasta do Comércio uni Ministro, que além de perfilhar as ideas mais avançadas dentro do regime republicano, afirme os seus ideais socialistas e prometa e assegure que há-de fazer obra sua, patriótica o republicana.