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Diário das Sessões do Senado

bilítado, em consciência, a poder votar a proposta de lei em discussão.

Devia esta declaração a esta Câmara, ao País, e especialmente àqueles cuo aqui tenho a honra de representar, para que se não c[jga amanhã que no que de mau foi aprovado eu tenho a minha cota parte de responsabilidade.

Em linguagem chá, devo dizer que LÍÍO sei se há razão para aprovar esta pro-pos^a, ou só há razão para a reprovar.

E lamentável, é profundamente lamentável que eu tenha que fazer estas declarações, mas, ao fazê-las, devo afirmar bem alto que não é, felizmente, ao Senado a quem cabe a responsabilidade de ta m. vergonhoso acontecimento. Não!

O Senado, ao qual ou tenho a honra de pertencer há pouco tempo, tem trabalhado muito, tem honrado e prestigiado o Parlamento, tem-no levantado muito, e tanto que por essas províncias além. por onde eu tenho andado, nos últimos dias, ouvi, felizmente, fazer as referências mais amáveis e justas a esta casa do Parlamento.

Não cabe, portanto, a responsabilidade ao Senado em tam lamentável facto.

Cabe decerto àqueles parlamentares que não têm sabido cumprir com o seu. dever, vindo para o Parlamento fazer política de campanário.

Sr. Presidente: dizia ou quê lá fora se fazem acusações muito desagradáveis ao Parlamento, e é bem para lamentar que a maior parte dessas acusações tenham absoluto fundamento.

Não é fazendo a política que se tem feito ultimamente, não é trabalhando da forma como ultimamente se tem trabalhado, creio eu, que se vai dignificar a República e o prestígio parlamentar.

Quando vim para aqui, vim aã intenção de trabalhar em harmonia com o apoucado da nimba inteligência e dos meus fracos conhecimentos, é certo, mas esperançado em que qualquer cousa de útil se produzisse pr,ra a Pátria e para a Eepúíalica.

Afinal reconheço que pouco o si nada se tem feito em benefício do povo trabalhador, e é isso o que sinceramente lamento»

Sr. Presidente: é natural que entre as medidas que aqui vão ser apreciadas algumas interessem a província a que tenho a honra de representar.

Tudo quanto cair de mau sobro íi admi-

nistração dessa província, por virtude dessas medidas, declaro que repudio a responsabilidade que me possa vir a caber, porque não estou, como já disse, habilitado a poder dar o meu voto com cons" ciência.

Tenho dito.

O Sr. OriolPena :—Sr. Presidente: vou procurar ser breve; Tiern com isto vale a peaa que se gaste muito tempo.

Fl de tal maneira confuso e impreciso o que se pretende votar, e aparece tam precipitadamente, ninguém podendo saber ao certo tudo o .que dentro contém, que não vale a pena tentar esmiuçá-lo ponto por po'nto.

Do pouco que tenho ouvido na .secção, dumas emendas por ruim vistas e do pouco já aqui dito, colhi os elementos precisos para poder marcar a minha posição, negando redondamente todas essas autorizações, recusando terminantemente o meu voto ao projecto.

Por isso, não gastarei muito tempo e farei breves considerações sobre verbas que aí estão mais ou menos explícitas : uma de 6:000 contos, sem justificação, e oatra de 5:000 contos destinada a complemento de construção de bairros, um eoi Lisboa e outro no Porto, com grandes probabilidades de serem a continuação dos Bairros Sociais, com os abusos e prejuízos para as finanças do Estado, o que a todos nós deve interessar, o para o decoro do regime, o que não me inquieta do modo algum.

Francamente, Sr. Presidente, no estado actual de custo das construções, 0:000 contos para complemento de construções já começadas em dois bairros, uni de Lisboa e outro do Porto, é quantia bem ma--nifestainente ridícula, não se percebendo bem a 'que fim se destina, mesmo supondo-a utilmente empregada no complemento dessas construções.