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Sessão de 19 e 20 de Agosto de 1924

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da economia, mesmo naquilo que é tani sensível como é o dinheiro, não está muito nos hábitos e na mentalidade deste país.

E se existe este desprezo pelo dinheiro, calcule V. Ex.a, Sr. Presidente, o que não será pelo tempo.

E' isto que nós vemos.

Estamos numa sessão legislativa que começou em Outubro, e de então até agora o que se tem produzido de útil para o país, é alguma cousa muito limitada. E é agora, com um calor muito desagradável que nos querem numa das valquirias, fazer resolver um dos mais graves problemas da vida nacional. .

Eu já não estou com ânimo para indignações e não vale a pena a gente indignar--se. <_ que='que' a='a' país='país' espoja='espoja' indignar='indignar' num='num' mais='mais' batem='batem' p='p' no1='no1' se='se' para='para' está='está' há-de='há-de' lhe-='lhe-' gente='gente' tudo='tudo' aceita='aceita' quanto='quanto' disposto='disposto' chão='chão'>

E diga-me V. Ex.a Sr. Presidente, que tem desempenhado esse lugar com a homenagem de todos nós (Apoiados] se há alguém, que tenha a compreensão da responsabilidade do lugar que ocupa nesta Câmara, que possa com consciência pronunciar-se sobre este. verdadeiro rosário de assuntos, que nós nem sequer conhecemos de vista, nem de ouvido.

Trata esta proposta de lei nada mais nada menos do que da lei de meios, e de várias outras causas importantíssimas, como é, por exemplo, a revisão das pautas, um dos assuntos mais graves, porque tem ligação íntima com a nossa vida económica o que tem feito um dos maiores embaraços com os -países da Europa; a remodelação da aviação militar, etc.

O Parlamento deve encerrar-se unia-nhã, mas ainda mesmo que esta sessão legislativa seja prorrogada por mais dois ou três dias, eu pregunto se nós teremos tempo para nos pronunciarmos sobre estes assuntos, com perfeita consciência.

E a remodelação dos serviços públicos!

Há quanto tempo se anda a apregoar que ela 6 indispensável, não só para o equilíbrio das nossas finanças, mas também para a moralização dos serviços do Estado!

E completamente impossível discutir tam complicados assuntos em tam pouco tempo!

Se se tivesse feito aquilo que eu apresentei quando aqui apareceu a proposta de lei para remodelação dos serviços públicos, que era os Ministros chamarem os seus directores gerais e os chefes de repartição, e . preguntar lhes quais eram os funcionários que eram dispensáveis, já há muito que essa questão teria sido resolvida.

O Sr. Ribeiro de Melo°. — Estavam bem servidos os- Ministros! Os directores gerais e chefes de repartição são todos monárquicos!

O Orador: — É o que vale. São os chavões !

Uns ficam na disponibilidade e os outros vão entrando para aquele°s lugares que são indispensáveis.

Assiin continua do mesmo modo um acréscimo de empregados públicos muito mal pagos, lutando o Estado com dificuldades para corresponder às aspirações dessa gente que o serve.

Aqui tem V. Ex.a para o que reclama o nosso voto e para que querem que nós discutimos.

Nós. não podemos tomar a responsabilidade desta discussão; não temos elementos para votar conscienciosamente um rosário de cousas iam diversas, e tam completas e de tam grande responsabilidade, limitando-nos, por consequência a protestar, desejando que não se repita este deplorável acontecimento de passar uma legislatura de 10 meses sem que nada de útil se faça, e no fim desse tempo, quando se está para encerrar o Parlamento, é que sé trazem assuntosN de tamanha gravidade como este para :>erem tratados de afogadilho.

Ninguém pôde- acusar o Senado de ter responsabilidade nisto; a culpa é da Câmara dos Deputados, que só manda para aqui assuntos da máxima gravidade, como este, para tratarmos em tam curto espaço de tempo. Isto Sr.-Presidente não pode ser feito sem que eu lavre o meu mais veemento protesto.

O orador não reviu.