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Sessão de 19 e 20 de Agosto de 1924

cidades e outros pontos de grande aglomeração de gente.

Dito isto muito brevemente, tendo já o Sr. D. Tomás de Vilhena mostrado falar-se vagamente em novas pautas, problema grave pedindo muito tempo de estudo para o qual não seriam demais todos os conhecimentos do s diferentes membros desta Câmara, para o poderem apreciar devidamente, tam variados e complicados são os assuntos a atender nessas pautas.

V. Ex.a compreende e é elementar para toda a gente que, uma autorização dada para isto, para ter solução imediata e precipitada, sem se indicar sequer quem serão as pessoas especializadas para tratar ,da organização das bases, seja cousa muito grave, por muita confiança política que nos pudesse merecer o Governo e não é esse o caso, porque o Governo não pode merecer-nos sombras de confiança política, não por ser de um regime adverso (isso ainda em certos casos poderia ser), mas por julgarmos as pessoas que compõe o actual Governo sem aquela concordância de sentimentos, de modos de pensar e de pontos de vista de molde a dar-nos garantias de utilidade para o país, e não tem o Governo uma organização, muito embora divergindo da nossa orientação, capaz, noemtanto, de merecer ou impor-se à nossa confiança.

Fala-se também até num projecto de venda de navios.

,; Se os navios estão inutilizados, a quem se vendem?

Se estão em estado de servir,

Se valem apenas como sucata, melhor seria desmanchá-los e aproveitar algnm material ainda utilizável para aplicar em outros navios.

Fala-se mais adiante em remodelação dos serviços de aviação e do seu material.

Estou convencido de ser o estado actual do material de aviação insusceptível de ser aperfeiçoado.

Disse aqui o Sr. Ministro da Guerra qub q material estava encaixotado, que estavam já aceitos as letras relativas ao fornecimento e todo esse material tinha

sido adquirido pelo crédito, cedido pela Inglaterra, dos tais 3 milhões de libras tam faladas!

Muita gente imaginou durante muito tempo serem esses três milhões destinados a fornecer capitais para auxiliar a indústria e o comércio especialmente, e nunca para auxiliar o Governo!

Vê-se todos estarmos em erro, e ter sido o Governo quem usou desse crédito especial, está ainda consignado em letras ultimamente aceitas, caro decerto, mas importante favor concedido a um país cujo estado de descrédito é de respeito ultimamente.

Diz-se que se vão destinar para esse fim as verbas orçamentais, verbas ainda por definir, por fazerem parte de um orçamento futuro, ainda desconhecido, e são imprecisas, são quaisquer, não se dizendo quais são! .

E uma autorização inútil, ou tam útil que não se chega a perceber para que se vem pedir.

Há realmente unia parte destas com que não tinha dúvidas em concordar desde que tivesse a certeza de ser o dinheiro, obtido pelo Estado em virtude desses créditos, aplicado como devia ser na parte respeitante aos mutilados, vitimados pelas agruras da guerra, não só pelos estragos feitos pelo inimigo, mas sobretudo pela péssima organização desses serviços, e pela falta de preparação com que essa gente se foi defrontar, em terra estranha, com inimigos, que de facto nem nossos inimigos eram.

Seja como for, eu pessoalmente, falo só em meu nome pessoal, e não em nome do grupo a que pertenço, estou pronto a acompanhar o Governo, seja ele qual for que tome sobre os ombros o encargo e cumpra o dever restrito de acabar com essas vergonhas nacionais,

Muitos apoiados,

Vemos gente estropiada, esfarrapada, faminta, perdendo a cabeça a ponto de um dia destes um desses desgraçados levantar a voz numa das galerias da Câmara dos Deputados, explicando-se pela palavra, dizendo que'tinha fome!

Isto, Sr. Presidente, já o Governo devia ter atendido, mesmo sem vir aqui pedir autorizações o -sobretudo sem as vir pedir à última hora.