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Diário das Sessões do Senado

Isto não representa pouca consideração para com os Srs. Ministros, isto representa apenas uma afirmação de protesto contra uma falta que é muito para lamentar.

O orador não reviu.

O Sr. Pereira Osório: — Sr. Presidente: pedi a pai.avra para acabar com esta exploração que se está fazendo com os governos de papas de linhaça. - Risos.

A Câmara deve lembrar-se qae, quando foi a apresentação do Ministério, e ds-pois de me dirigir a cada um dos Srs. Ministros, eu concluí por dizer c;ue era necessário acabar com os governos de papas de linhaça.

A Mas o que é'que isto quere dizer?

E que eu confiava nas energias e na obra deste Governo. Isto ó precisamente o contrário (io significado que se pretende atribuir a essa frase.

Mas eu quero ainda negar, em absoluto, que tivesse proferido essas palavras na reunião a que se tem aludido.

O Sr. Roberto Baptista: — Sn Presidente : eu não tencionava tornar a usar da palavra sobre a discussão desta proposta de lei na generalidade. Mas algumas considerações feitas pelo sr. Pereira Osório obrigaram-me a pedir novamente a palavra.

Quando SG iniciou a discussão desta proposta de lei, e afirmei-o na sessão desta tarde quando pe'di a palavra sobre o modo de votar, em virtude de um requerimento apresentado pelo Sr. Silva Barreto, eu disse que me não julgava habilitado a poder conscieaciosamente discutir esta proposta de lei, porquanto não se tratava apenas de conceder autorização ao Governo para gastar uma determinada verba? em consequência de não estarem aprovados os orçamentos.

Tratav£,-se de autorizar o Governo a despender uma certa quantia para fazer face à deficiência de verbas orçamentais, tratava-se de lhe dar autorização para reorganizar determinados serviços, tratava-se de continuar uma sindicância que há muito devia estar concluída, tratava-se de autorizar o Governo a reorganizar os serviços da aeronáutica habilitando-o coo as verbas precisas para fazer face a dívidas

contraídas sem ser ao abrigo da autorização parlamentar já concedida, tratava-se, emfim, de assuntos importantíssimos e não somente de uma proposta de duodécimos.

Nestas circunstâncias, eu não podia conscienciosamente fazer outra declaração porque-não sou obrigado a assistir às sessões da Câmara dos Deputados.

O orador não reviu.

O Sr. Procópio de Freitas: — Quando eu disse há pouco que o Sr. Pereira Osório tinha chamado a este Governo um Governo de papas de linhaça não me queria referir a palavras proferidas pelo sr. Pereira Osório por ocasião da apresentação do Governo nesta Câmara, mas sim a uma local de um órgão da imprensa em que se dizia que essas palavras tinham sido proferidas pelo Sr. Pereira Osório numa sessão de propaganda num centro democrático do Porto; assim como ao Sr. Tavares de Carvalho se atribuía a frase proferida na mesma sessão de que os Ministros da Kepública não abriam as suas casacas porque eram forradas de azul e branco.

O Sr. Ribeiro de WEelo: — Faltaria ao mais sagrado dos deveres se não pedisse a palavra também para explicações.

Parece que nos tínhamos referido com grave censura á ausência dos Ministros, mas não.

Os Ministros estavam em espírito no Senado, estavam dentro do nosso coração, porque, em pessoa, estavam impedidos de vir assistir a esta discussão.

Alguma cousa se lucrou com a ausência deles: ó que terminámos por votar a proposta de lei a que-me reporto não só na generalidade como na especialidade.

Temos votado tudo quanto os Governos anteriores têm exigido do Senado, sem aquela fiscalização e estudo que seriam para desejar.

E agora o mesmo acontecerá, pelo que pode o Sr. Eodrigues Gaspar dormir descansado.

O Senado há-de continuar a proceder como até aqui.

O orador não reviu.

É aprovado na generalidade.