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Sessão de ô de Novembro de 1924

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lidades de advogado que demonstrou possuir.

O Sr. Herculano Galhardo: — Seja mais justo para mini. V. Ex.a colocando se na situação de réu colocou-me na situação0 de advogado de acusação.

Eu argumentei com argumentos de ordem técnica como engenheiro, de ordem financeira e de ordem constitucional.

O Orador: — Em primeiro lugar quero agradecer a V. Ex.a as referências, se bem que imerecidas, que me fez. Eu não sou aquele 'republicano que mil qualidades possui; sou a mais modesta das pessoas.

Quero aproveitar a ocasião para dizer que tenho muita honra em estar de acordo com o Sr. D. Tomás de Vilhena, não obstante S. Ex.a ser um motíárquico tam irreductível, como eu sou republicano. Tenho pela sinceridade e pelo patriotismo do Sr. D. Tomás de Vilhena uma altíssima consideração.

Os erros que eu aqui estava a apontar são precisamente os mesmos que a monarquia praticou. As faltas que nós hoje estamos sentindo j á as encontrámos. O nosso crime é não ter saneado esses males, é não ter suprido essas faltas, e não estou disposto, em caso nenhum, a encobrir isto.

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Isto em resposta às primeiras palavras que S. Ex.a disse, e quando pôs dalguma forma em contraste a minha situação com a do Sr. D. Tomás de Vilhena.

O Sr. Herculano Galhardo:—Eu também já tenho estado de acordo com S. Ex.a

O Orador: — Visto S. Ex.a ser a pureza de carácter que é.

Com respeito aos outros argumentos, eu permito-me divergir do que V. Ex,a disse. Mas, pelo que respeita aos outros argumentos que V. Ex.a apresentara, de . ordem constitucional e financeira, eu permito-me divergir deles.

Eu não estou, Sr. Presidente, a discutir este assunto simplesmente com o coração, mas também com a cabeça, com a consciência fria, tranquila, de que estou em bom lugar.

Aspecto financeiro irregular do problema não o vejo.

Se fôssemos a adoptar o argumento do ilustre Senador Sr. Herculano Galhardo teríamos de deixar parar toda a vida económica.

A circunstância de a quantia ser insuficiente para o fim a que se destina também não é motivo para que se não faça alguma cousa.

Ora eu pregunío :

Há. Trata-se dum elemento ou factor de produção e riqueza nacional.

Ainda há pouco esteve na Figueira da Foz o Sr. Ministro do Comércio, que concedeu 500 pontos para obras do pôr-to. Ora eu pregunto a V. Ex.a o que é que se faz com 000 contos hoje.

. Todavia, essa importância foi bem aceita porque sempre é alguma cousa.

j^ o que acontece com esta escola.

Relativamente à técnica do projecto, devo dizer que não é de minha autoria. Pode não ser constitucional, mas então estamos a praticar incoustitucionalidades há muito tempo.

O Sr. Herculano Galhardo (interrompendo) : — Em matéria de empréstimos, não, porque eu consegui que os projectos não saíssem daqui sem serem redigidos nos termos constitucionais, até mesmo contra a opinião dalguns Srs. Ministros.

O Orador: — É possível, mas tendo eu consultado sobre este projecto o Sr. Ministro do Comércio, Pires Monteiro, no fim da sessão, em Agosto, foi-me por S. Ex.a afirmado que não só concordava com ele como até se propunha defendê-lo. Por conseguinte não me convenço com os argumentos de V. Ex.a

V» Ex.as vão votar contra o projecto. Está bem. Morre o projecto. Mas o que fica firme é isto: que o Senado recusa aprovação a um projecto que não tem caracter cominatório, e apenas concedia uma faculdade ao Governo, de cuja oportunidade o Governo fica sendo o único juiz.