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Diário âaê SeesÔeê ao Senaâo

meios de realizar ou de deixar zar qualquer despesa que entenda*

O Parlamento, rejeitando este projecto, não realiza uma economia; recasa-se apenas a dar ao Governo uma autorização de que ele poderia ou não usar» O Parlamento, rejeitando o projecto, apenas segue uma política que eu não compreendo,

O Sr. Procópio de Freitas: — Sr. Presidente: rana das grandes preocupações do meu espírito é a educação e instrução do povo, e infelizmente, como já aqui se disse, a República não tem olhado com o cuidado que devia para este importantíssimo assunto.

Conveaço-me de que se nSo houver outra orientação na educação e instrução da nossa sociedade, nunca havemos da ter uma sociedade convenientemente educada e, portanto, cônscia dos seus direitos e deveres.

jtíj necessário entrar no caminho da educação do povo dentro dos princípios democráticos. Havendo República há catorze anos j já poderíamos ter uma geração educada nesses princípios. Mas parece que aos nossos governantes o que lhes convém é a ignorância do povo.

Num país como o nosso, com uma apavorante percentagem de analfabetos, não admira cae cause grande pasmo, quando alguém, com a lei na mão, invoca os seus direitos e declara só a ela obedecer.

Não acho que se deva fazer economias em tudo quanto diga respeito à instrução e educação, e por isso dou o meu voto â presente proposta de lei.

Não me Importa saber se ia para alguém qualquer vantagem de ordem eleitoral por motivo da sua aprovação; o que me importa saber é que se trata de uma proposta que concorre para a instrução do nosso povo.

Tenho dito.

O Sr. Eerculano Galhardo : — Sr.' Presidente: o Sr. Gaspar de Lemos, dando--ine a hcnra de responder às minhas con-sideraçõeSj começou, ainda qus muito amavelmente, a atribuir-me propósitos que eu não tenho»

No fundo, eu desejaria aprovar qualquer medida que resolvesse o problema

S. Ex.a quere ver resolvido. Parece-me porém, que o presente projecto não pode resolver o problema dentro das normas legais e constitucionais.

O 'Sr. Gaspar de Lemos, referindo-se à oscilação da nossa moeda e virando-se para mira, disse:—aMas então teríamos de parar...».

Nas minhas afirmações e considerações não há essa imobilidade; não há a morte das ideas nem há a morte da actividade

Eu apenas disse que neste momento autorizar empréstimos em escudos era um erro financeiro grave porque nós não sabemos que encargos impomos ao Estado o

Autorizar empréstimos em escudos é fazer com que o Estado receba num dado momento escudos por um preço e amanhã tenha dtí pagá-los por um preço absolutamente diferente daquele que recebeu.

Não podemos portanto autorizar empréstimos' em escudus, o que não quere dizer que não autorizemos empréstimos em ouro,-ou cousa que o valha.

Eu disse há pouco e repito que ôste projecto não resolve o problema^ e como estamos a discutir o projecto e não a idea do autor, temos de distinguir entre uma cousa e outra.

•Com a idea estamos-perfeitamente de acordo. Pronunciou-se a direita da Câmara e pronunciou-so a esquerda da Câmara. "

Estamos portanto de acordo em que é preciso resolver o problema da instrução

Portanto, o Sr. Gaspar de Lemos têm-nos todos a seu lado.

Mas não estamos neste momento a discutir esse importantíssimo' problema; estamos» & tratar o projecto, e os argumentos que S. Ex.a apresentou não destroem uma só das minhas afirmações.

S» Es.a disse que'não estava convencido. Ora o papel de S. Ex.a não era apenas dizer que não estava convencido, mas sim convencer não só os meus ilustres colegas, mas a mim próprio, de que ou seguia caminho errado, e demonstrar que os meus argumentos não eram exactos.