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Sessão de 10 de Dezembro de 1924

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Sr. Presidente: S.Ex.% o Sr. D. Tomás de Vilhena, referiu-se à vida interna do partido a que estou ligado. Desejo dizer a S, Ex.a, que^é incontestavelmente alguém pelo seu trato, pela maneira como só aproxima de todos nós, ganhando simpatias dentro do Partido Eepublicano onde eu pertenço, desejo, repito, f dizer a S. Ex.a que na1 o existe dissenção entre os Srs. Domingues dos Santos e António Maria da Silva, como S.. Ex.a citou; essas duas individualidades são dois correligionários quo trabalham para o bem da nossa Pátria.

Aparte do Sr. Querubim Guimarães que não se onviu.

O Orador: — Devo dizer a S. Ex.a que posso não ser um bom galo para a capoeira, mas garanto-lhe que sou um galo que sei cantar em todas as capoeiras. • Sr. Presidente: o quo entendo ó que nós precisamos para a nossa Pátria de um Governo que venha transformar tudo-isto e que progrida. Bem vindo seja ele.

Sr. Presidente: um Governo que apresenta na sua longa declaração ministerial o propósito de tratar do problema social e moral, em que diz que procura melhorar as condições de vida dos modestos e pobres, um Governo que diz que o valor da sociedade reside na resolução do problema social, um Governo que deseja transformar tudo em benefício das classes mais desprotegidas : esse Governo pode contar com o meu' voto e préstimo, se para alguma cousa ele servir.

Eu, Sr. Presidente, declaro que não concordo emabsbluto com este programa, que não é absolutamente esquerdista.

E que eu tenho sido, sim também, um campeão na propaganda e na conferência. Em toda a parte onde chega. um pouco do meu feitio, tenho sido, sim, um cam: peão pelo desejo que tenho de dar um pouco de conforto àqueles que nunca o tiveram.

Há problemas, Sr. Presidente, que passam por algumas das pastas; aqueles que me dizem respeito são referentes à pasta do Trabalho e à pasta da Guerra.

O, problema da pasta do Trabalho, no qual tenho en\ddado os meus melhores extbrços, com bastantes colaboradores, e é em nome desses que eu falo, é o problema dos acidentes do trabalho.

O problema que passa pela pasta da Guerra que se liga intimamente com o problema dos acidentados do trabalho, é o dos mutilados e desvalidos da guerra.

Os ensinamentos trazidos pela grande guerra (fornalha horrível, que consumiu tantos milhões de vidas), mostrani-nos que o problema relativo à pasta da Guerra transita para a do Trabalho.

A grande guerra deu-nos todos estes ensinamentos que nós devemos aprovci-tar.

E por isso não compreendo que na de-' claracão ministerial não se faça a menor referência a este assunto.

É o problema, Sr. Presidente, do Ministério que está na vanguarda de todos aqueles que V. Ex.a julga de grande importância.

Se o problema do operário válido tem de ser estudado pelo economista, °o do operário inválido tem de ser estudada pelo médico, pelo pedagogo e até mesmo pelos próprios políticos.

E, Sr. Presidente, desgraçada terra a nossa, e eu digo-o altisonante,. gritante como possa ser um desses galos, ao [romper da madrugada, desgraçada terra a nossa, repito, que é o único país do mundo onde não há uma escola de reedaca-ção.

E a guerra, Sr. Presidente, deu-nos uma escola de reeducação e é preciso que essa escola, que deu tam bons frutos em tempo de guerra, produza os seus resultados em tempo de paz.

É preciso que tudo isso, que foi uma necessidade imperiosa durante a grande ;guorra, sirva agora metódica e fortemente em tempo de paz.

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E necessário que, para este grande problema, olhem aqueles que dizem ser esquerdistas, de forma a permitir que o operário válido trabalhe em conjunto em unisonò com o inválido, para ó bem da nacionalidade.

E em Portugal, Sr. Presidente do Mi-

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