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Sessão de 10 de Dezembro de 1924

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irradiações através do mar, que conquistou ao mundo um nome célebre, que soube -marcar a letras de ouro, por toda a parte da terra, onde se caminhe, o nome sempre glorioso de Portugal.

Não está diante de mim o Sr. Ministro da Guerra, mas V. Ex.a teve há pouco ocasião de me ouvir nas salas do A.teneu Comercial num apelo à sentimentalidade dos políticos portugueses, para que se olhe com carinho pára esses homens que foram para a guerra arr inçados à massa anónima da gente portuguesa, e que lá se tinham invalidado, e quo por isso eu pedia para eles sòmen4e justiça.

Há pouco, uma comissão presidida por alg=uém que morreu c que era um homem de estrutura grande dentro dos organismos militares, comissão essa a que eu também pertencia^ transformou as leis antigas," inas não conseguiu tudo o que era necessário.

Os mutilados da guerra, pela minha palavra, pelo meu entusiasmo, pela minha propaganda já foram acarinhados suficientemente pelo Parlamento e pelo Poder Executivo, mas ainda ficou uma legião de homens, os inválidos e doentes que é preciso atender.

E se lá íora ainda há quem conteste certos trabalhos de higiene social, e que diga que 80 por cento de mutilações representam 100 por cento de invalidez pela doença, como Foitchen e Dortchen determinam, os inválidos portugueses ainda não estão igualados aos mutilados nessas proporções.

É este um , dos problemas que eu ponho diante dos olhos de V. Ex.as.

Gritei o lá fora, gritei o aqui como parlamentar, e é necessário que ò Sr: Presidente do Ministério, que vem com a ânsia-construtiva de trabalhar com os humildes, que faça com que os hierárquicos burocratas não se agarrem às leis e que saibam que elas têm modalidades a que é preciso atender.

É preciso, seja como for, que todos aqueles que requeiram para ser vistos pela junta médica, a ela vão. Não se compreende que morram de ferimentos, sem socorros. Poderá ser que nada se faça, mas não será, não, sem-o meu protesto; serei o campeão dos oprimidos e dos humildes.

Pela pasta da Instrução, cujo titular

foi até elogiado pela extrema direita e com justiça, eu já disse o que queria.

Há agora uma cousa que eu, em meu nome pessoal exclusivamente, exijo.

O Senado, num excesso de bondade por mim, atribuíu-me duas leis: a n.° 1:462, concedendo isenção dalguns impostos às colectividades desportivas, e a lei das expropriações para que se possa arranjar propriedades para a vida dessas colectividades. Ora, não è isso que eu quero, que sou honesto e sério.

O que peço ao Sr. Ministro é 'que venha estudar' comigo dsse corpo que é o comité olímpico, para que amanhã com seriedade se possam utilizar essas leis. Não as quero sobre mim unicamente, pois que sendo homem, posso num momento desaparecer.

Posto o problema de ordem geral, quero ainda reforir-me, já que falei de mim e que disse ser honesto e sério, a um outro . ponto.

O meu melhor título de glória é o de ter vindo duma camada de trabalho e conseguido arranjar um nome nas oficinas da Imprensa, nessas grandes oficinas em que se tem transformado muita cousa, em que se tem produzido muito trabalho útil, e não me consta que ele tivesse sido suficientemente pago. E foi junto de camaradas dessas oficinas que. consegui arranjar um nome, nome ido idealista, honesto e sério, que é o melhor.

Sr. Presidente: em tudo quanto me meto, quero seguir sempre à luz do sol.

Tive um dia uma herança; foi a de tratar da ligação aérea para Portugal no campo comercial.

Mercê das minhas muitas amizades, consegui que alguém apadrinhasse essa iniciativa, e um Governo houve que assinou uma espécie de convenção, dizendo o seguinte: «Lido e aprovado em Conselho de Ministros por unanimidade e patriotismo». Comprometeu-se esse Governo a trazer à Câmara o assunto e dar--lhe solução definitiva. O tempo passou e é preciso dar andamento, ao menos por cortesia.