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Diário das Seêsõèê do Senado

no aperfeiçoamento dos bordados, que há na Madeiro, o que os desacredita.

O Orador:—Já lá vamos.

Mas, Sr. Presidente, o prejiízo para a minha terra foi tam grande que. por exemplo, as rendas dos prédios, que eram m ai razoáveis chegaram a preços mais elevados do que em Lisboa; há casas em Angra que rendem um conto cê réÍ3 por mês.

Hoje ó dificílimo arranjar uma cysa em Angra; e algumas que aparecem são de 500$ a 600;$ para cima.

Vejam V. Ex.as o benefício que isto veio trazer aos fuucionários públicos e pequenos proprietários.

As mulheres passaram a bordar; não há maneira de se arranjai uma serviçal.

Pode-se prometer o dobro ou o triplo do qcie aoui se paga em Lisboa que n fio se consegue nada.

Mas, Sr. Presidente, isto ainda não seria o pior mal resultante do desenvolvi-' mento cif. indústria do bordado.

Mas, Sr. Presidente, a mulher, con_ a ganância do ganhar muito dinheiro em cada mós levanta-se de madrugada, senta--se num estrado a bordar, alimenta-se mal, e poucas vezes, trabalha do aol a sol e ainda faz grandes serões.

jEstão V. Ex.as a ver o resultado deste trabalho!

E que a tuberculoso está a desenvolver--se duma maneira extraordinária.

Apoiados.

Mas, tomos o lado moral, e ôsse é uni dos que reputo mais importante.

As raparigas que se dedicam a ês^es trabalhos empregam o produto em luxo. vestidos, meias de seda, etc., alimentando--se muito deficientemente.

Agora a baixa do dólar já deu como resultado o seguinte: as casas estão a pagar apenas quási que um terço do que pagavam, algumas sucurssais têm fechado e há casns importantes que estilo em vésperas de fechar.

Daqui resultará que esta gente que está habituada a vestir e a usar objectos-de luxo tem de ir buscar esse dinheiro a Outra parte.

Vejam V. Ex.as como a parte moral também está afecta aos bordados.

Isto íb: para explicar a V. Ex.as o que sa'o os bordados nos A<ôres p='p' que='que' n='n'>

na Madeira., são bordados bem ou mal acabados conforme quem borda ó já mestra ou aprendiza.

O1 Sr. Joaquim Crisóstomo (interrompendo) : — £ As aprendizas também usam meias de seda?

0 Orador:—V. Ex.a como açoreano tinha obrigação de defender os Açores, e-afinal está metendo a ridículo o que. eu digo.

01 Sr. Joaquim Crisóstomo:—Eu intervirei a favor dos Açores quando for preciso e não quando se tratar de utopias ou de aeroplanismos.

O Orador: — Sr. Presidente : não só a baixa do dólar deu lagar a que as fábricas não pudessem continuar a mandar fabricar tantos bordados, como na América do Norie os portugueses para lá foram fazê--los e o Governo americano para } roto-ger a irdústria no seu país lançou um imposto sobre os bordados da Madeira e dos Açores, o que é um factor importante, e por outro lado o Japão tem exportado para a América do Norte grandes quantidades desses bordados que ainda são mais perfeitos que os da Madeira e dos Açores porque são feitos à máquina.

Daqui resulta que há já grandes stocks de bordados na América do Norte o que obriga as fábricas a fecharem.

Agora o que o Sr. Procópio de Freitas deseja é que não se exportem bordados dos Açores para a Madeira nem da Madeira para' os Açores,,

Mas, Sr. Presidente, para isso é preciso que S. Ex.a nos venha dizer que os bordados da Madeira têm uma marca especial conio os vinhos das diferentes regiões.

Eu estou convencido de que o Governo' não pensará em levantar dificuldades com a exportação dos bordados duma terra para outra.

Eu apenas quis fazer estas considerações contra .a idea da Madeira que já goza de tantas regalias que as nossas terras não gozam.

Apoiados.