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Diário das Sessões do Senado

balha geralmente aquele em que se apoiam os Governos, porque esse povo é resignado e não se agita. Para o povo que não trabalha é que eu não quero conte.npla-ções.

Sr. Presidente: não me parece que seja assim que se dignifiquem as instituições.

Tam pouco se trata da questão económica e da questão do fomento, que nós estamos com as estradas num estado absolutamente intransitável.

Ainda há poucos dias os meus ossos tiveram o conhecimento bem desagradável desse facto.

Tive que ir a Torres Novas e, por infelicidade, fui de automóvel.

Muitas vezes pensei que estava no cabo Horn ou no mar da China, tal eram os solavancos que experimentava!

E foi para isto que se arranjou um imposto de turismo; e este problema das estradas continua sem solução.

Com respeito à nossa segurança e garantia, vemos isto: ontem um jornal, que ninguém pode apelidar de conservador, de retrógrado, ou de monárquico, contava um ataque da Legião Vermelha à serra de Monsanto, e o aparecimento de um bando de «apaches» que agora se estão desenvolvendo por esta cidade e que estão fazendo daquelas cousas espantosas à maneira do que se fez em Paris.

Nunca esteve tam perigoso o trânsito em Lisboa.

Sr. Presidente: se o Governo que eu vejo sentado nessas cadeiras continua na mesma dos Governos anteriores, estamos perdidos.

Há pessoas dentro do Governo por quem tenho toda a estima, e desejo, como português, que façam uma obra útil ao seu País.

Agora se vamos nesta degringolade podem-se arranjar colisões e isto vai tudo para o fundo.

Num país tam pequeno como é o nosso, era bom que houvesse um pouco de juízo colectivo para fazer face a estas desgraças.

Não quero tomar muito tempo à Câma-,ra e por isso começo por fazer os meus ctfmprimentos ao Governo, principiando pelo Sr. V.itorino Guimarães; ao Sr. Vi-torino Godinho, que há-de ser um Ministro do Interior com condições de manter a ordem; ao Sr. Ministro da Agricultura,

ao Sr. Ministro da Guerra, ao Sr. Pedro Martins, a quem peço que não esteja zangado comigo por estar a falar em Roma.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Pedro Martins) (em aparte):— Agradeço até a V. Ex.a, pois dá-me ocasião de em momento oportuno lhe responder.

O Orador:—Tenho também muita consideração pelo Sr. Conde de Paço de Arcos, que eu conheci ainda guarda-marinha, e fui £.migo de seu pai e seu tio, dois velhos conservadores com quem tive relações de boa amizade.

Ao Sr. Ferreira de Simas, meu colega nesta Câmara, presto também a homenagem da minha estima, como igualmente o faço ao seu colega da pasta da Instrução.

Encontra-se na pasta da Agricultura o Sr. Visconde de Pedralva, no exercício da qual espero que há de produzir tudo quanto seja necessário para ver se nós acabamos com esta desgraçada situação de fome que vai invadindo este país todo, e a fome é péssima conselheira.

Está na acção de S; Ex.a o conseguir mais eoníôrto para este pobre povo. Em lugar de estar a ensinar a dar vivas à anarquia e ao comunismo, é melhor ver se se lhes pode dar pão, porque mens sana in corpors sano.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Procópio de Freitas:—Sr. Presidente : se eu sou sempre pouco longo nos meus discursos, hoje ainda muito menos serei, devido ao meu estí>do de saúde.

Apresento, Sr. Presidente, os meus cumprimentos ao Sr. Presidente do Ministério e a todos os seus ilustres colegas.