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Diário da* Seaôe» ao Senado

opinião simplista avalia todos pela mesma bitola, o, assim, supõe que todos os homens públicos estão enfeudados a esses traficantes, o que não corresponde à verdade.

Realmente muitos desses gananciosos, quando organizaram essas companhias e esses bancos, trataram de chamar a isi muitos homens públicos, muitos políticos, não para se servirem do seu valor pessoal mas do seu valor político.

Portanto é explicável esta má vontade que há hoje em dia duma grande parte do povo para com os homens públicos.

O povo está farto de assistir a quedas de Ministérios e a subidas do Ministérios, e tem hoje a maior indiferença por essas quedas c por essas subidas ao Poder.

Hoje em dia quási quo as únicas pessoas quo se interessam por estas mudanças de Governo são aquelas que deixam de ter uma situação com a queda ou esperam tê-la com a subida.

E preciso que isto termine, é preciso am Governo estável com um plano definido, uma política definida, porque é necessário também que o povo fiquo sabendo qual é a política que lhe convém; absolutamente radical ou absolutamente conservadora, e não a destes Governos anfíbios, de política acomodatícia, só coin a idea de se manter perpetuando no Poder urn partido.

Sr. Presidente: a questão principal que deve preocupar todos os Governos é sem dúvida a questão financeira e a questão económica.

É preciso fazer o equilíbrio financeiro e o equilíbrio económico.

O Sr. Presidente do Ministério declara que vai seguir a mesma política radical do Governo anterior no que diz respeito a finanças e a economia.

É evidente que não há ninguém, absolutamente ninguém, que não queira o bem do seu País, que não desoje o equilíbrio orçamental, porque sem ele não pode haver confiança na situação cambial; mas ó preciso que esse equilíbrio não seja feito só à custa das contribuições, é necessário aliviar as classes produtoras o mais possível e ir buscar as diferenças à riqueza parasitária ou inactiva e aos rendimentos dos tabacos e dos fósforos, que naturalmente devem aumentar, pois é necessário defender os interesses do Estado.

Dos fósforos fala o Sr. Presidente do Ministério na sua declaração.

Leu.

Estamos de acordo, porque todos queremos acabar com os monopólios.

Sobre os tabacos o Sr. Presidente do Ministério não diz nada, e, pelo que eu lhe ouvi na outra Câmara, isso é um assunto para ser resolvido pelas novas Câmaras, que hão-de tomar assento em 2 de Dezembro.

Diz mais o Sr. Presidente do Ministério na sua declaração ministerial:

Leu.

Sr. Presidente: ainda hoje me constou que alguns géneros continuam a subir. O próprio jornal das forças vivas tratava hoje em ?rtigo de fundo desse assunto.

Dasejava, pois, que o Sr-. Presidente do Ministério me dissesse o que tenciona fazer para meter na ordem os indivíduos que continuam explorando com a miséria do povo, não se contentando com os lucros razoáveis e não obstante a situação cambial ter melhorado coasideràvelmente.

D.iz também a declaração ministerial:

Leu.

Sem dúvida, Sr. Presidente, que este assunto das estradas é importantíssimo, e ele tem sido tratado nas declarações ministeriais dos últimos três Gabinetes. Mas o que ó verdade é que de promessas estamos nós fartos, e o que é certo também ó que dia para dia as estradas se vão tornando cada vez mais intransitáveis, isto apesar do imposto de viação e turismo. É necessário que passemos de promessas.

O imposto de viação e turismo precisa ser regulamentado duma forma justa. Já me têm chegado algumas reclamações neste sentido.

A respeito de medidas de fomento, desejava também que o Governo me dissesse se já tem algum estudo sobre o assunto, porque tais medidas não são feitas ao acaso; é necessário estudá-las devidamente, para se saber depois por onde é que se há-de começar.

Um dos males do Sr Norton de Matos, em Angola, foi o de nãcter estudado previamente quais eram as medidas por ondo havia de começar.